O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (27) que o acordo nuclear assinado com o Irã e mediado por Brasil e Turquia é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada.
"Acreditamos que é a flexibilidade, não o dogmatismo que aproxima os povos. É esse espírito que nos guiou na negociação com o Irã... e constitui uma oportunidade que não pode ser desperdiçada", disse Lula em Brasília em discurso ao lado do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan.
Lula afirmou que é necessário que os países envolvidos nas negociações com o Irã pensem em diálogo e não em confronto e que se o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) tivesse membros permanentes sem armas nucleares, o diálogo com Teerã seria "mais fácil".
"É preciso que as pessoas digam claramente se querem construir possibilidade de paz ou se querem construir possibilidade de conflito", disse Lula.
Brasil e Turquia mediaram há duas semanas em Teerã um acordo com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que prevê a troca de combustível nuclear com a República Islâmica.
O Irã é acusado pelas principais potências ocidentais de usar seu programa nuclear como disfarce para a produção de armas, o que Teerã nega.
Sob o acordo, o governo iraniano comprometeu-se a enviar parte de seu urânio baixamente enriquecido à Turquia para receber em troca o combustível especialmente processado para um reator utilizado para fins medicinais.
No entanto, horas depois do anúncio do acordo, as potências lideradas pelos Estados Unidos aprovaram o esboço da quarta rodada de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o país.
Para o premiê turco, o momento não é adequado para discutir sanções ao Irã. Ele acrescentou que os países que criticam o acordo mediado por ele e Lula são "invejosos".
"Os países que estão criticando são países que têm armas nucleares e isso é muito contraditório", declarou Erdogan. Segundo ele, o Irã reafirmou à Turquia que não tem planos de construir armas nucleares.
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