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Um acordo nuclear com o Irã pode desencadear guerras por procuração no Oriente Médio no momento em que muçulmanos sunitas tentam frear um Irã xiita cada vez mais rico e poderoso, disse ontem o coordenador de contraterrorismo da União Europeia.

Gilles de Kerchove declarou ao Parlamento Europeu que uma causa importante do terrorismo é “esta guerra por procuração do mundo sunita, que parece um pouco na defensiva por causa da ascensão do Irã”.

Indagado se um pacto para deter as ambições nucleares de Teerã, cuja negociação está em andamento na Suíça, teria algum impacto, ele respondeu: “Sim, claro, porque o Irã terá ainda mais dinheiro”.

“É um país sofisticado, com uma visão, mais e mais poderoso no Oriente Médio, e, portanto, do lado sunita, alguns podem se sentir tentados a apoiar grupos extremistas para que lutem contra o Irã por procuração”, declarou Kerchove.

Seis grandes potências estão tentando firmar um acordo preliminar com o Irã para impedir o país de desenvolver a capacidade de obter uma bomba nuclear, em troca do alívio das sanções que prejudicam sua economia.

A Arábia Saudita, de maioria sunita, está liderando ataques aéreos no Iêmen para tentar frear os avanços dos combatentes houthis, aliados xiitas de Teerã, a frente de batalha mais recente de seu conflito com os iranianos pelo poder na região.

A luta por procuração também ocorre na Síria, onde Teerã apoia o governo do presidente Bashar al-Assad contra os rebeldes majoritariamente sunitas, e no Iraque, onde milícias xiitas com respaldo do Irã desempenham um papel crucial.

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