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O presidente Nicolas Sarkozy e a primeira-dama na saída de um comício ontem em Toulouse | Eric Feferberg/Reuters
O presidente Nicolas Sarkozy e a primeira-dama na saída de um comício ontem em Toulouse| Foto: Eric Feferberg/Reuters

54% dos votos

é o porcentual com que o candidato socialista Francois Hollande venceria o segundo turno da eleição francesa, segundo pesquisa do instituto LH2 para o Yahoo realizada no último fim de semana.

  • Francois Hollande durante campanha ontem em Paris

Suspeitas de que Muamar Kadafi financiou a campanha de Nicolas Sarkozy em 2007 e o reaparecimento do ex-ministro socialista Dominique Strauss-Kahn marcaram a campanha eleitoral francesa deste fim de semana, na reta final para o segundo turno do próximo domingo, dia 6 de maio.

Em Toulouse, o presidente francês e candidato à reeleição, Nicolas Sarkozy, chamou, ontem, de "infâmia" as acusações do site francês Mediapart sobre um suposto financiamento de sua campanha presidencial de 2007 pelo líder líbio Muamar Kadafi, morto no ano passado. "É uma infâmia. Quando penso que existem jornalistas que se atrevem a dar crédito ao que disse o filho de Kadafi e seus serviços secretos (...) É uma vergonha que me façam essa pergunta", afirma Sarkozy.

O site francês Mediapart publicou, no último sábado, um documento assinado por um ex-funcionário do governo líbio em que indica que o regime de Muamar Kadafi aceitou, em 2006, financiar com "50 milhões de euros" a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy em 2007. Neste documento, em árabe, Musa Kusa, então chefe dos serviços de inteligência exterior da Líbia, registrou um "acordo de princípio" para "apoiar a campanha eleitoral do candidato às eleições presidenciais, Nicolas Sarkozy, por uma quantia no valor de 50 milhões de euros".

Direita

Em apelo aos 6,5 milhões de eleitores do partido de extrema direita Frente Nacional no primeiro turno da eleição, Sarkozy elevou o tom de sua retórica nacionalista. "Eu não quero deixar a França se diluir na globalização, aqui está a mensagem do primeiro turno", disse Sarkozy.

Atrair apoio da extrema direita é crucial na tentativa de Sarkozy para garantir um segundo mandato, mas as pesquisas mostram que muitos daqueles que votaram na candidata da extrema esquerda, Marine Le Pen, no primeiro turno podem se abster no segundo turno.

O presidente francês voltou a falar contra a imigração. "Nós temos o direito de decidir quem será bem-vindo na França, ninguém pode contestar isso. Nós temos o direito de defender nossos costumes, hábitos, tradições, nossa identidade", disse ele.

Polêmica

Em entrevista ao Canal Plus de televisão, ontem, em Paris, o socialista Fran­çois Hollande, candida­to à presidência, afirmou que o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn "não está envolvido na campanha presidencial... e, portanto, não deveria reaparecer até que essa campanha termine e eu espero que ela termine com sucesso." A declaração foi uma reação à entrevista publicada pelo jornal londrino The Guardian na última sexta-feira, em que Strauss-Kahn (ou DSK, como é conhecido pelos franceses), sugeriu que seus inimigos políticos haviam detonado sua candidatura, garantindo que o seu suposto encontro sexual com uma camareira de um hotel em Nova York, em maio de 2011, viesse a público. "Não acreditava que iriam tão longe (...), não pensava que poderiam encontrar algo para me deter", disse DSK, em referência aos partidários de Sarkozy.

Aos 62 anos, Strauss-Kahn estava a ponto de se tornar o principal rival da esquerda de Sarkozy na disputa presidencial quando as denúncias de abuso por parte de Nafissatou Diallo, camareira de um hotel em Manhattan, mudaram sua vida e o levaram à prisão em Nova York em 14 de maio de 2011.

Surpreendentemente, na noite de sábado, Strauss-Kahn apareceu em um bar parisiense em que o socialista Julien Dray festejava seu aniversário, o que levou dirigentes do Partido Socialista, como a ex-candidata à presidência Segolene Royal, a se retirar da comemoração.

Liderança

Pesquisas realizadas neste fim de semana demostraram que o candidato socialista, Francois Hollande, ainda lidera a corrida presidencial e deve ganhar do atual presidente por uma ampla margem, depois de vencê-lo no primeiro turno das eleições em 22 de abril.

Segundo o instituto de pesquisa LH2 para o Yahoo, que ouviu 958 pessoas por telefone, na sexta-feira e no sábado, Hollande está 10 pontos porcentuais à frente do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e venceria o segundo turno da eleição com 54% dos votos, abaixo dos 56% da pesquisa anterior, conduzida em 19 de abril.

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