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Parentes de crianças vítimas do atirador em Toulouse, choram durante enterro em Jerusalém, Israel | Baz Ratner/Reuters
Parentes de crianças vítimas do atirador em Toulouse, choram durante enterro em Jerusalém, Israel| Foto: Baz Ratner/Reuters

Extremismo

Ameaça de islamismo radical volta à França

A ameaça do islamismo radical voltou a assombrar a França com a suspeita de que o franco-argelino Mohammed Merah, 23 anos, é o autor de sete mortes ocorridas nos dias 11, 15 e 19 deste mês nas cidades de Toulouse e Montauban.

Os crimes levaram o país a elevar para o nível máximo seu alerta antiterrorismo.

Merah é simpatizante do movimento fundamentalista salafista — corrente do sunismo que defende uma abordagem literal dos preceitos do Alcorão — e da rede terrorista Al-Qaeda, com viagens registradas ao Afeganistão e ao Paquistão, segundo as autoridades francesas.

Segundo o ministro do Interior francês, Claude Guéant, Mohammed Merah era vigiado "há anos" pelos serviços de inteligência franceses, mas sem algum sinal manifesto de que pudesse passar a um ato de violência extrema.

Questionado sobre o fato de, apesar de estar sob vigilância, Merah ter ficado livre para cometer os assassinatos, o ministro afirmou que ninguém pode ser preso apenas por ter ideias extremistas.

Agência O Globo

Centenas de policiais cercaram ontem um prédio em Toulouse, no sul da França, na tentativa de prender o francês de ascendência argelina Mohammed Merah, 24 anos, acusado de ser o atirador que matou três crianças e um ra­­bino em uma escola judaica da cidade na segunda-feira.

Merah também é suspeito de ter matado três militares, um em Toulouse e dois na cidade vizinha de Montauban.

Até o fechamento desta edição, o cerco já durava mais de 23 horas; por volta das 20 h (horário de Bra­­sília), ouviram-se duas ex­­plosões no prédio – "manobras de intimidação", segundo o go­­verno.

A ação policial começou de ma­­drugada, quando três agentes fo­­ram feridos à bala na tentativa de invadir o apartamento onde Me­­rah estava. A polícia, então, cercou o prédio de cinco andares e re­­tirou todos os outros moradores.

Segundo o ministro do Inte­­rior, Claude Guéant, no transcurso das negociações com os policiais, o acusado disse que é integrante da Al-Qaeda e, com o ataque à escola judaica, queria se vingar dos assassinatos de crianças palestinas no Oriente Médio.

Guéant, porém, descartou mo­­tivações étnicas ou religiosas nos atentados aos militares, muçulmanos de origem africana ou ca­­ribenha – para ele, Merah em­­preendeu o ataque como represália à ação do Exército francês em regiões como o Afeganistão.

O procurador François Molins afirmou que o acusado esteve no Afeganistão duas vezes e teria re­­cebido treinamento no Wazi­­ris­­tão, área tribal que concentra mi­­litantes do Taleban e da Al-Qaeda. De acordo com Molins, ele planejava matar outro militar.

As autoridades francesas rastrearam Merah graças ao endereço IP do computador de seu ir­­mão, utilizado para responder a um anúncio do paraquedista Imad Ibn Ziaten, a primeira das vítimas.

Ibn Ziaten, que tentava vender sua moto, foi morto em Toulouse no dia 11 de março, após marcar encontro com um possível comprador. Para a polícia, Merah ma­­tou o militar e usou a moto para cometer os outros crimes.

Ontem, os corpos do rabino Jonathan Sandler, de 30 anos, e de seus filhos, Gabriel, de 4, Arieh, de 5, e de Myriam Monsonego, de 7 anos, mortos em Toulouse, chegaram a Jerusalém, pouco depois das 5h45 (0h45 no horário de Bra­­sília), onde foram enterrados.

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