• Carregando...
Protestos contra a repressão no Irã acontecem dentro e fora do país. Esse é um registro das manifestações na Turquia, em 12 de outubro de 2022.
Protestos contra a repressão no Irã acontecem dentro e fora do país. Esse é um registro das manifestações na Turquia, em 12 de outubro de 2022.| Foto: EFE/EPA/SEDAT SUNA

A revolta no Irã acontece há mais de um mês e a repressão aumenta por parte das autoridades, atingindo menores de idade. Na segunda-feira (17), a morte de Asra Panahi, uma estudante do ensino médio de 16 anos que morreu sob os golpes das forças de segurança na escola, foi confirmada pelo Conselho de Coordenação das Associações do Sindicato dos Professores Iranianos da cidade de Ardabil, no noroeste do país.

Uma outra estudante está em coma. O incidente ocorreu na Shahed High School na quarta-feira da semana passada (12), de acordo com o canal Telegram do Conselho. Alguns funcionários do estabelecimento obrigaram as meninas do ensino médio a ir a uma manifestação pró-regime, sem autorização dos pais. Entre as adolescentes, algumas retiraram os véus e se manifestaram contra a discriminação na República Islâmica do Irã.

O jornal iraniano Hammihan detalhou que a polícia à paisana interveio, insultando e espancando as meninas do ensino médio, perseguindo-as até o interior da instituição. "Uma delas, Asra Panahi, infelizmente morreu com espancamentos depois de ser transferida para um hospital da cidade. Outras foram presas. Não há informações claras sobre quantas", diz o Conselho de Coordenação das Associações do Sindicato dos Professores Iranianos.

O prefeito e o deputado de Ardabil negaram, dizendo que Asra Panahi havia cometido suicídio e a mídia estatal publicou dois vídeos do tio da menina explicando que ela havia morrido de um problema cardíaco.

De acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos, pelo menos 240 pessoas foram mortas na repressão das últimas semanas. A Anistia Internacional identificou 23 crianças, com idades entre 11 e 17 anos, entre as vítimas.

Alguns rostos e nomes já se tornaram símbolos, incluindo Nika Shakarami e Sarina Esmailzadeh, ambas de 16 anos, mortas na rua em circunstâncias obscuras. Nos dois casos, as autoridades negam qualquer responsabilidade, citando uma queda fatal para Nika e suicídio para Sarina. "Ela foi lutar e nunca mais voltou", escreveu a tia de Nika, Atash Shakarami, no Instagram.

Os primeiros protestos começaram após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, em setembro, enquanto estava sendo presa. O crime que ela cometeu, segundo as autoridades, foi o de "se vestir de forma inadequada", por não usar hijab (lenço). De acordo com testemunhas, ela teria sido torturada e executada.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]