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Ásia Central

Afeganistão adia eleição legislativa

Anúncio de que o pleito será em setembro, e não em maio, alivia tensão entre o presidente do país e o Ocidente

O presidente do Afeganistão Hamid Karzai cumprimenta o presidente da Turquia, Abdullah Gul, ontem, em Istambul | Osman Orsal/Reuters
O presidente do Afeganistão Hamid Karzai cumprimenta o presidente da Turquia, Abdullah Gul, ontem, em Istambul (Foto: Osman Orsal/Reuters)

Cabul - Autoridades eleitorais afegãs concordaram com o adiamento de uma votação legislativa, de maio para setembro, o que satisfez diplomatas que queriam tempo para evitar a repetição das fraudes na disputa presidencial do ano passado. O anúncio de ontem alivia uma das principais fontes de tensão entre o presidente Hamid Karzai e seus apoiadores ocidentais, dias an­­tes de uma conferência em Lon­­dres voltada ao planejamento de um roteiro para os países ocidentais começarem a retirar suas tropas.

Um acordo inicial para essa reunião antecipa a entrega do poder sob a qual tropas afegãs poderiam administrar a segurança de algumas províncias por volta de 2011, com as forças estrangeiras em um papel de apoio. Depois de um 2009 difícil, o ano com mais mortes na guerra no Afeganistão que já dura oito anos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e outros líderes ocidentais estão ansiosos para reparar o relacionamento com Karzai e impulsionar seu governo de forma que possa cuidar de si mesmo.

No mês passado, Obama en­­viou mais 30 mil soldados ao Afeganistão, mas também anun­­ciou uma meta de retirada até meados de 2011, depois de me­­lhorar as forças de segurança e as instituições do país. Questio­­nado sobre o rascunho do comunicado para a conferência de quinta-feira em Londres, o se­­cretário britânico de Defesa, Bob Ainsworth, disse que a transição seria um processo longo. "Vamos entregar algumas partes do Afeganistão muito antes de outras."

O texto também faz o Afe­­ ganistão se comprometer – e o Ocidente a financiar – com um programa para "chegar aos in­­surgentes" e pagar aos militantes para baixarem as armas. Essa ideia recebeu apoio público ontem por parte dos britânicos. A eleição presidencial –chamada de fraudulenta por uma in­­vestigação da ONU– gerou crise de confiança no Ocidente e dificultou o plano de Obama pa­­ra enviar mais soldados ao Afe­­ganistão. Desde então, di­­plo­­matas vêm trabalhando nos bastidores para persuadir Kar­­zai a adiar a eleição no legislativo, originalmente prevista para 22 de maio.

A nova data de 18 de setembro também significa que a vo­­tação acontecerá depois da tradicional temporada de confrontos no verão do Hemisfério Nor­­te, dando mais tempo para ex­­pansão da força militar internacional. No ano passado, ameaças do Taliban afastaram os eleitores das urnas em grande parte do sul do país. Com poucos votos genuínos, caixas va­­zias de votos acabaram lotadas por cédulas falsificadas.

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