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O presidente do Afeganistão Hamid Karzai cumprimenta o presidente da Turquia, Abdullah Gul, ontem, em Istambul | Osman Orsal/Reuters
O presidente do Afeganistão Hamid Karzai cumprimenta o presidente da Turquia, Abdullah Gul, ontem, em Istambul| Foto: Osman Orsal/Reuters

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Controle de segurança em 2011

Reuters

Cabul - O Afeganistão e a comunidade internacional estão prontos para entregar nesta semana um roteiro para que Cabul assuma sua própria segurança em uma grande conferência em Londres. Soldados afegãos podem administrar algumas províncias no início de 2011, com forças lideradas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em um papel de suporte, abrindo o caminho para o início de uma retirada militar dos Estados Unidos em 18 meses.

Uma cópia do esboço do comunicado antecipa que soldados afegãos podem assumir "a primazia da segurança" em algumas províncias no início de 2011, com forças estrangeiras em um papel de suporte, mostrou uma cópia do documento. O comunicado também compromete o Afeganistão a estabelecer – e o Ocidente a financiar – um programa para "chegar aos insurgentes" e pagar aos combatentes para que baixem as armas. Líderes ocidentais querem que Karzai faça mais para combater a corrupção, que estimula o apoio ao Taliban.

Cabul - Autoridades eleitorais afegãs concordaram com o adiamento de uma votação legislativa, de maio para setembro, o que satisfez diplomatas que queriam tempo para evitar a repetição das fraudes na disputa presidencial do ano passado. O anúncio de ontem alivia uma das principais fontes de tensão entre o presidente Hamid Karzai e seus apoiadores ocidentais, dias an­­tes de uma conferência em Lon­­dres voltada ao planejamento de um roteiro para os países ocidentais começarem a retirar suas tropas.

Um acordo inicial para essa reunião antecipa a entrega do poder sob a qual tropas afegãs poderiam administrar a segurança de algumas províncias por volta de 2011, com as forças estrangeiras em um papel de apoio. Depois de um 2009 difícil, o ano com mais mortes na guerra no Afeganistão que já dura oito anos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e outros líderes ocidentais estão ansiosos para reparar o relacionamento com Karzai e impulsionar seu governo de forma que possa cuidar de si mesmo.

No mês passado, Obama en­­viou mais 30 mil soldados ao Afeganistão, mas também anun­­ciou uma meta de retirada até meados de 2011, depois de me­­lhorar as forças de segurança e as instituições do país. Questio­­nado sobre o rascunho do comunicado para a conferência de quinta-feira em Londres, o se­­cretário britânico de Defesa, Bob Ainsworth, disse que a transição seria um processo longo. "Vamos entregar algumas partes do Afeganistão muito antes de outras."

O texto também faz o Afe­­ ganistão se comprometer – e o Ocidente a financiar – com um programa para "chegar aos in­­surgentes" e pagar aos militantes para baixarem as armas. Essa ideia recebeu apoio público ontem por parte dos britânicos. A eleição presidencial –chamada de fraudulenta por uma in­­vestigação da ONU– gerou crise de confiança no Ocidente e dificultou o plano de Obama pa­­ra enviar mais soldados ao Afe­­ganistão. Desde então, di­­plo­­matas vêm trabalhando nos bastidores para persuadir Kar­­zai a adiar a eleição no legislativo, originalmente prevista para 22 de maio.

A nova data de 18 de setembro também significa que a vo­­tação acontecerá depois da tradicional temporada de confrontos no verão do Hemisfério Nor­­te, dando mais tempo para ex­­pansão da força militar internacional. No ano passado, ameaças do Taliban afastaram os eleitores das urnas em grande parte do sul do país. Com poucos votos genuínos, caixas va­­zias de votos acabaram lotadas por cédulas falsificadas.

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