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Agências humanitárias alertaram na sexta-feira sobre uma "importante crise" na Faixa de Gaza, onde os estoques de alimentos podem se esgotar em duas semanas caso Israel não reveja as restrições ao envio de cargas à região controlada pelo Hamas.

Atualmente, os mantimentos passam lentamente pelo posto de fronteira de Kerem Shalon, cuja capacidade é de apenas 15 caminhões por dia. As entidades disseram ser essencial reabrir a passagem de Karni, que pode receber até 200 caminhões por dia.

Israel, que serve de passagem para as importações da Faixa de Gaza, determinou a seus agentes alfandegários que barrem as cargas desde que o grupo islâmico Hamas assumiu o controle absoluto do encrave, na semana passada.

Na quinta-feira, porém, o governo israelense anunciou a liberação de equipamentos médicos, alimentos e outros produtos, desde que os importadores consigam comprovar sua necessidade.

"As necessidades estão crescendo. Mantimentos alimentares e com outros fins humanitários devem, portanto, continuar entrando em Gaza para que uma importante crise humanitária seja evitada", disse Simon Pluess, do Programa Mundial de Alimentos da ONU, em entrevista coletiva.

A entidade alertou na quarta-feira que poderia começar a faltar farinha, arroz, óleo e outros produtos dentro de duas a quatro semanas na Faixa de Gaza, caso as fronteiras não fossem reabertas. Na sexta-feira, segundo o porta-voz, a agência tentava levar 400 toneladas de mantimentos para a Faixa de Gaza.

Mas ele acrescentou que "muito dificilmente" o posto fronteiriço de Karni será reaberto em breve, já que ele sofreu graves danos estruturais durante o recente saque por palestinos.

Por isso, segundo Pluess, a rota de Kerem Shalom, ao sul, está se tornando essencial.

Israel quer isolar econômica, diplomática e militarmente os militantes islâmicos do Hamas, ao mesmo tempo em que libera verbas e permite o comércio para o governo de emergência montado na Cisjordânia pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, que é da facção laica Fatah e tem apoio do Ocidente.

A UNRWA, agência da ONU que atende 1 milhão de refugiados palestinos em Gaza, ou 72 por cento da população, considera que o posto de Karni precisa ser urgentemente reaberto "para evitar escassez de alimentos em duas semanas", segundo seu representante em Genebra, Matthias Burchard.

Veronique Taveau, do Unicef (órgão da ONU para a infância), disse que a agência está entregando vacinas e medicamentos para evitar surtos de doenças transmitidas pela água em Gaza.

"O bloqueio das fronteiras tornou quase impossível o envio de ajuda. Os estoques médicos estão atingindo um nível crítico", afirmou.

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