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Um juiz italiano mandou que 26 norte-americanos, a maior parte deles supostos agentes da CIA (agência de inteligência dos EUA), respondam, junto com espiões italianos, à acusação de que sequestraram em 2003 um suspeito de terrorismo enviado depois ao Egito onde, segundo contou, teria sido torturado.

Entre os denunciados estão Jeff Castelli e Robert Lady, ex-chefes da CIA em Roma e Milão, respectivamente, e Nicolo Pollari, ex-chefe da agência de inteligência militar da Itália, o Sismi, disseram fontes do Poder Judiciário.

O julgamento criminal, marcado para começar no dia 8 de junho, será o primeiro do tipo envolvendo as ``rendições'' - um dos pontos mais polêmicos da chamada ``guerra contra o terrorismo'' declarada pelo presidente dos EUA, George W. Bush.

O governo norte-americano reconhece ter transferido secretamente acusados de terrorismo para outros países, mas nega ter lançado mão da ou ter sancionado a prática de tortura. Os norte-americanos denunciados diante da Justiça italiana não devem comparecer ao julgamento.

Promotores afirmam que uma equipe liderada pela CIA e auxiliada pelo Sismi capturou o clérigo muçulmano Hassan Mustafa Osama Nasr, também conhecido como Abu Omar, em uma rua de Milão, atirou-o em um furgão e enviou-no para uma base militar do norte da Itália.

Dali, segundo a promotoria, a CIA levou Nasr de avião, através da Alemanha, para o Egito, onde o clérigo diz ter sido torturado com choques elétricos, ter sido espancado, ter sofrido ameaças de abuso sexual.

Nasr foi libertado no Egito no domingo e afirma que gostaria de regressar à Itália, onde um juiz expediu um mandato de prisão contra ele sob a acusação de envolvimento com atividades terroristas.

``Fui reduzido a um farrapo humano,'' disse o clérigo à agência de notícias italiana Ansa depois de ter sido libertado. Em outra entrevista concedida nesta semana, ele afirmou que mal conseguia caminhar: ``Eles destruíram meus rins.''

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