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Agricultores franceses bloqueiam rodovia A9 durante uma manifestação em Nimes, região da Occitânia, no sul da França
Agricultores franceses bloqueiam rodovia A9 durante uma manifestação em Nimes, região da Occitânia, no sul da França| Foto: EFE/EPA/GUILLAUME HORCAJUELO

Os bloqueios dos protestos de agricultores na França estão sendo progressivamente dissolvidos nesta sexta-feira (2), como resultado do pedido dos sindicatos para suspender a mobilização geral após as promessas de novas medidas anunciadas pelo governo do presidente Emmanuel Macron.

Várias dezenas de rotas permanecem obstruídas ou parcialmente fechadas, mas outros pontos estão voltando à normalidade.

O prefeito de Tarn et Garonne (perto de Toulouse), Vincent Roberti, confirmou a reabertura da A62 entre as cidades de Agen e Montauban em ambos os sentidos de tráfego, mas alertou que o tráfego na A20 continua perturbado por manifestações perto desta última cidade.

Na região da Île de France, que inclui Paris, os cortes continuavam esta manhã em vários pontos, como na A1 entre Senlis e Roissy-en-France, nos dois sentidos, e na A5 e A6 em dois trechos na direção da capital.

Pelo contrário, um dos comboios mais simbólicos desses protestos, o dos agricultores de Agen que partiram em direção a Rungis (onde está localizada uma das centrais de abastecimento mais importantes da Europa), começou a deixar o local em direção ao sudoeste.

A expectativa é que ao longo do dia a maior parte das estradas bloqueadas sejam liberadas, apesar de algumas organizações sindicais minoritárias, como a Confédération Paysanne, terem defendido a manutenção dos bloqueios.

Alguns dos agricultores mobilizados começaram a regressar às suas casas ainda ontem à noite, depois de o sindicato hegemônico do setor agrícola, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), e a organização irmã Jovens Agricultores terem pedido a suspensão da mobilização em grande escala das últimas duas semanas.

Isso não significa que os protestos tenham terminado, mas sim que foram “transformados”, disse hoje o presidente da FNSEA, Arnaud Rousseau, em uma entrevista à emissora BFMTV.

Rousseau alertou também que, se não virem os primeiros resultados concretos materializados em uma lei neste mês de fevereiro, as mobilizações serão retomadas. “Não há escolha”, enfatizou.

O apelo sindical pelo fim dos bloqueios surgiu em resposta a uma nova bateria de medidas anunciadas na quinta-feira pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, e pelos titulares das pastas de Economia, Agricultura e Transição Ecológica.

Trata-se de políticas que visam responder às demandas do setor, como a concorrência desleal, uma vez que os agricultores franceses se queixam de que seus produtos estão sujeitos a requisitos sanitários e ambientais mais rigorosos do que os importados de outros países.

Nesse sentido, a França impedirá a importação de alimentos de fora da União Europeia (UE) que tenham sido tratados com pesticidas ou outros produtos fitossanitários que não podem ser utilizados na Europa.

O primeiro-ministro francês também prometeu novos pacotes de ajuda financeira (como 150 milhões de euros para a pecuária - R$ 802 milhões), uma simplificação profunda dos regulamentos, medidas para encorajar a renovação geracional e controles antifraude para produtos que são anunciados como sendo de origem francesa, mas na realidade têm outra origem.

As manifestações de agricultores também se repetiram em outros países, como Bélgica, Holanda, Alemanha, Portugal e Espanha para protestar contra as condições do setor e as políticas europeias.

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