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Tratores estacionados em ponto de bloqueio na rodovia A4 em Jossigny, perto de Paris, França, nesta segunda (29)
Tratores estacionados em ponto de bloqueio na rodovia A4 em Jossigny, perto de Paris, França, nesta segunda (29)| Foto: EFE/EPA/MOHAMMED BADRA

Os agricultores franceses mantêm na manhã desta terça-feira (30) bloqueios em oito autoestradas de acesso a Paris e várias centenas deles dirigem-se com seus tratores em direção à central de abastecimento da capital, poucas horas antes de um discurso do primeiro-ministro, Gabriel Attal, no qual se espera que sejam anunciadas novas medidas de ajuda ao setor.

“A determinação é total”, disse Arnaud Rousseau, presidente do principal sindicato agrícola FNSEA, que foi recebido ontem à tarde por Attal, e que indicou que continuam negociando com o governo.

Em entrevista à emissora de rádio Europe 1, Rousseau disse que é preciso haver “uma mudança de rumo” por parte do Executivo e “medidas simbólicas de emergência”. Nesse sentido, afirmou que a impressão que o primeiro-ministro lhe deu ontem foi a de que estava disposto a “ir mais longe em todas as questões”.

Desde o início da tarde de segunda-feira (29), várias centenas de tratores bloqueiam o trânsito nas autoestradas A1, A4, A5, A6, A13, A15 e A16, a várias dezenas de quilômetros de Paris. Além disso, uma procissão de tratores que saiu da cidade de Agen (sul) e se juntou a outros no caminho passou a noite em Limoges e retomou sua marcha hoje de manhã em direção à capital.

O comboio tem evitado as tentativas das autoridades de interromper o seu percurso, uma vez que seu objetivo declarado é fechar o acesso à central de abastecimento de Rungis, a maior da Europa, a cerca de 15 quilômetros de Paris.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que mobilizou 15 mil agentes em resposta aos protestos, alerta desde o fim de semana que não permitirá essa ação e tampouco a chegada dos tratores à cidade ou o bloqueio dos aeroportos de Orly e Charles de Gaulle.

Darmanin pediu, no entanto, às forças policiais que não intervenham nos bloqueios do chamado “cerco a Paris” ou no resto do país – onde há várias dezenas – a menos que haja ameaças a propriedades ou pessoas.

Attal, que foi nomeado para o cargo no último dia 11, fará um discurso de política geral na Assembleia Nacional a partir das 15h (horário local, 11h de Brasília), que lhe oferece a oportunidade de apresentar ao setor agrícola os anúncios prometidos pelo ministro da Agricultura, Marc Fesneau.

Depois de um primeiro pacote de medidas na sexta-feira passada, que não pôs fim aos protestos, os agricultores exigem uma mudança na situação relativa à concorrência que dizem sofrer com produtos importados de outros países, incluindo alguns da União Europeia, como Espanha e Itália, de onde vêm muitas frutas e vegetais.

Para além da simplificação das regras e da burocracia, exigem ainda uma modificação da política europeia para acabar com o pousio obrigatório, limitar a entrada de produtos da Ucrânia e acabar com os acordos de livre comércio com outros blocos econômicos.

Estas últimas questões serão abordadas pelo presidente Emmanuel Macron em uma reunião agendada durante a cúpula europeia extraordinária de quinta-feira (1º), em Bruxelas, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O presidente francês quer também que Bruxelas renuncie à continuação das negociações com o Mercosul sobre um acordo que tem travado desde que foi assinado, há quatro anos, e ao qual se opõe frontalmente. (Com Agência EFE)

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