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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que as novas sanções impostas ao Irã por vários países ocidentais diminuem as possibilidades de negociar sobre o programa nuclear iraniano, em entrevista divulgada neste domingo pelo canal de TV por satélite "Jaam-e-Jam".

"Vocês nos impõem sanções, utilizam diversas medidas contra nós e esperam que estejamos dispostos a discutir nosso programa nuclear?", declarou Ahmadinejad à TV iraniana, dirigindo-se especialmente os Estados Unidos.

"Nós estamos prontos para dialogar e colaborar, mas eles estão buscando o confronto", acrescentou o líder iraniano, ressaltando que propunha "um diálogo baseado no respeito e na justiça".

Na entrevista, Ahmadinejad reiterou que o programa nuclear iraniano não é utilizado para fabricar bombas nucleares, como suspeita a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e também repetiu que o Irã não abandonará suas pesquisas com fins pacíficos.

Em suas declarações, Ahmadinejad disse que o Irã precisa da tecnologia nuclear para seu progresso, mas não para fabricar armas, embora as grandes potências identifiquem "energia nuclear" com "bombas atômicas".

Para o governante iraniano, os US$ 24 bilhões de trocas comerciais que o Irã tem com a Europa - a oitava parte de seus US$ 190 bilhões de comércio exterior total - podem ser substituídos em outras áreas do mundo se os europeus insistirem com suas sanções aos iranianos.

Em qualquer caso, se mostrou disposto a dialogar sobre o programa nuclear iraniano com o Grupo 5+1, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) e a Alemanha.

Dentro deste grupo, Ahmadinejad disse que o Irã se sente mais próximo de Rússia e China, que manifestaram sua oposição às sanções ao Irã.

O Grupo 5+1 manteve várias rodadas de conversas com o Irã, sem resultados, sobre seu programa nuclear entre dezembro e janeiro em Gênova e Istambul, e a coordenadora do grupo, a alta representante europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Catherine Ashton, pediu recentemente novas reuniões.

No último dia 8 de novembro, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou um relatório que apontava que o Irã realizou pesquisas para desenvolver armas atômicas nos últimos anos, mas admitia que não há provas que Teerã tenha decidido fabricar bombas nucleares.

Dez dias depois, o Conselho de Governadores da AIEA aprovou uma resolução, elaborada por Alemanha, China, França, EUA, Reino Unido e Rússia, na qual demonstra sua "profunda e crescente preocupação" pelos indícios de que o Irã trabalha para desenvolver bombas atômicas.

Russos e chineses impediram que a resolução transferisse ao Conselho de Segurança da ONU a proposta de novas sanções ao Irã, como pretendiam os EUA e seus aliados.

Na segunda-feira passada, Reino Unido, Canadá e EUA anunciaram novas sanções financeiras contra o Irã e a União Europeia considera fazer o mesmo, enquanto a Rússia assinalou que estas medidas não são legais e complicam qualquer possibilidade de diálogo com Teerã sobre sua política nuclear.

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