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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu nesta sexta-feira aos palestinos que mantenham sua luta armada contra Israel, um dia depois que líderes palestinos e israelenses concordaram, numa reunião em Washington, em continuar a manter conversaçóes de paz, patrocinadas pelos Estados Unidos.

Ahmadinejad disse que as conversações - cujo objetivo é pôr fim a seis décadas de conflito - vão fracassar novamente. Ele criticou alguns líderes muçulmanos por não darem apoio aos palestinos em sua revolta contra Israel.

"A questão palestina não pode ser resolvida por meio de conversas com os inimigos da nação israelense. Resistir é a única forma de resgatar os palestinos", disse Ahmadinejad a fiéis na Universidade de Teerã, numa cerimônia transmitida ao vivo para marcar o Dia de Al Quds (Jerusalém), celebrado anualmente na República Islâmica.

"Como pode esse diálogo dar certo quando os mediadores (EUA) são os que criaram este conflito?", acrescentou.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, se reuniram em Washington na quinta-feira e decidiram voltar a se encontrar nos dias 14 e 15, novamente com a presença da secretária de Estado Hillary Clinton. A meta dos EUA é criar dentro de um ano um Estado palestino que conviva pacificamente com Israel.

O Dia de Al Quds é celebrado no Irã desde 1979, sempre na última sexta-feira do Ramadã (mês sagrado dedicado ao jejum). A TV estatal disse que milhões de pessoas, inclusive soldados, estudantes e clérigos, participaram das manifestações em todo o país. Nas ruas de Teerã, era possível ver mulheres todas cobertas de preto, levando crianças pequenas que carregavam balões com a frase "Morte a Israel".

"Morte à América, morte a Israel", gritavam os manifestantes, muitos deles levando retratos do fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini, e do sucessor dele, aiatolá Ali Khamenei.

O Irã não reconhece Israel, e prega repetidamente a destruição do país como única solução para o conflito do Oriente Médio. O governo apoia os grupos militantes Hezbollah, Hamas e Jihad Islâmica na sua luta contra o Estado judeu.

"As nações da região são capazes de eliminar o regime sionista da face da Terra", disse Ahmadinejad, acrescentando que "o regime não tem futuro, sua vida chegou ao fim".

Os Estados Unidos, aliados de Israel, acusam o Irã de dar armas e dinheiro a terroristas. O Irã alega dar apenas apoio moral aos militantes.

Radicais pró-governo cercaram a casa do líder oposicionista iraniano Mehdi Karoubi para evitar que ele participasse das manifestações, pois temiam que sua presença reavivasse os protestos que sacudiram o país após a eleição presidencial do ano passado, disse um site ligado ao político.

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