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Washington – A aids ganha terreno na América Latina e no Caribe, e o número de pacientes pode aumentar dos 2 milhões atuais para 3,5 milhões, segundo as previsões de um estudo divulgado pela revista Science, nos Estados Unidos. A pesquisa – uma análise independente que parte de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) – será discutida na 16.ª Conferência Internacional da Aids, de 13 a 18 de agosto, em Toronto (Canadá).

Nenhum país latino, exceto o Haiti, registrou redução considerável na incidência do vírus HIV, diz o especialista Jon Cohen, na reportagem da revista. O estudo dedica capítulos separados para 12 países da América Latina, incluindo Brasil, México, Argentina e a região do Caribe.

Segundo a OMS, atualmente cerca de 2 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe estão infectados com o vírus da aids. O número pode crescer 75% até 2015, diz a análise, que avalia as estatísticas, a popularidade dos preservativos, os programas de prevenção. Durante o estudo, foram visitados inclusive bordéis, bares gays e prisões.

A projeção mostrada na reportagem indica que a aids tem mais força na América Latina do que em outras regiões. Estudos recentes da OMS dizem que a doença chegou perto da estabilidade, ou seja, não deve se expandir muito mais mundialmente. A estabilidade depende de investimentos em medicamentos e prevenção, ressalva a organização. O número de novos casos continua maior que o de mortos, considera a OMS.

O Brasil não fica entre os locais de maior risco, mas também não está livre de uma elevação do número de soropositivos. "Esta doença está se espalhando como um incêndio, e continuará mais ainda se não tiver controle", disse Cohen, em entrevista sobre a reportagem publicada nos Estados Unidos. Ele apontou como causas da epidemia na América Latina principalmente a pobreza, a migração, a falta de liderança para enfrentar o problema, a homofobia e a escassez de recursos para pesquisa.

Segundo Cohen, Brasil e o México resolveram enfrentar o problema e iniciaram medidas para enfrentar a doença. Ele afirma que o governo brasileiro aplicou um programa de prevenção que oferece remédios anti-retrovirais e neutralizou a ameaça de uma grande propagação da doença. Em 1992, o Banco Mundial previu que o Brasil teria 1,2 milhão de casos de HIV até 2000. No entanto, em 2005 o número de infectados era de 620 mil, e entre 1996 e 2002, o número de mortos por causa da aids caiu 50%, aparentemente devido ao uso dos remédios anti-retrovirais.

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