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A Al-Qaeda no Iraque cumpriu a ameaça e executou dois diplomatas argelinos seqüestrados na semana passada em Bagdá. A morte dos dois representantes foi confirmada pelo governo da Argélia, depois de anunciada num site pela organização extremista. As execuções reforçam uma nova linha de ação dos terroristas e insurtentes no Iraque, alvejando diplomatas estrangeiros, para minar os esforços do governo e dos EUA para aproximação de países árabes.

"Seus irmãos da Organização da Al-Qaeda no Iraque mataram Ali Belaroussi, chefe da missão argelina, e o diplomata Azzedine Belkadi", relata a mensagem publicada num site islâmico. "A Argélia enviou esses dois apóstatas como aliados dos judeus e cristãos no Iraque. O Iraque não será seguro para os inimigos de Deus. Não alertamos vocês contra aliarem-se aos Estados Unidos?"

Na terça-feira, o grupo divulgou um comunicado em que ameaçava matar os dois e um vídeo dos dois diplomatas, que apareciam vendados.

No início de julho, o mesmo grupo disse ter matado o chefe da missão do Egito no Iraqe, Ihab el-Sherif, dias depois de se anunciar que o Cairo decidira alçá-lo à condição de embaixador.

Na segunda-feira, a Argélia retirou seu pessoal diplomático de Bagdá.

O governo da Argélia reconheceu os assassinatos, com indignação. Numa mensagem dirigida ao país, o presidente argelino, Abdelaziz Buteflika, afirmou que os seqüestradores "assassinaram de maneira covarde nossos dois representantes em Bagdá, cumprindo suas ignóbeis ameaças, apesar de todos os pedidos feitos para que suas vidas fossem respeitadas".

- Nesta dolorosa circunstância, o presidente expressa seus sinceros pêsames às famílias e aos amigos dos mortos, associando-se à sua dor, que é de todo o nosso povo - disse o Buteflika.

O presidente assinalou que os diplomatas "morreram no exercício de seu dever profissional" e recorda que a Argélia "sofreu durante mais de uma década os horrores de um terrorismo".

- Por isso e porque nosso país sempre defendeu causas justas, por ser uma terra autenticamente muçulmana, não se merecia esta inqualificável agressão, onde o absurdo está de braços dados com a covardia - disse o mandatário.

Sobre os seqüestradores, disse que "ninguém os reconhecerá como parte do Islã, combatentes ou humanos, porque o ato monstruoso que cometeram os define como bárbaros abjetos".

- Um ato contrário a todos os valores humanos e de civilização não servirá se não para favorecer a funesta inclinação de quem tenta identificar o Islã com o terrorismo.

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