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terror em paris

Al Qaeda no Iêmen assume autoria de ataque ao jornal Charlie Hebdo

Em vídeo, um dos líderes do grupo afirma que ataque foi planejado pela organização. Nova edição do semanário se esgota em minutos

Franceses formaram filas para comprar a nova edição do semanário, esgotada em poucas horas | Eric Gaillard/Reuters
Franceses formaram filas para comprar a nova edição do semanário, esgotada em poucas horas (Foto: Eric Gaillard/Reuters)
Líder ideológico da Al Qaeda no Iêmen assumiu autoria em vídeo |

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Líder ideológico da Al Qaeda no Iêmen assumiu autoria em vídeo

A rede Al Qaeda no Iêmen assumiu a responsabilidade pelo ataque ao jornal de sátiras francês Charlie Hebdo, dizendo que a ação foi ordenada pela liderança do grupo militante islâmico em resposta a insultos ao profeta Maomé, de acordo com um vídeo publicado no YouTube.

"Quanto à abençoada Batalha de Paris, nós, a Organização da Al Qaeda Al Jihad na Península Arábica, assumimos a responsabilidade por essa operação como vingança ao mensageiro de Deus", disse na gravação Nasser bin Ali al-Anesi, líder do braço da Al Qaeda no Iêmen.

Homens armados mataram um total de 17 pessoas em três dias de violência que começou quando abriram fogo contra a sede do semanário Charlie Hebdo em vingança pela publicação de imagens satíricas do profeta Maomé.

Anesi, o principal líder ideológico da Al Qaeda no Iêmen, disse que foi a liderança da organização "que escolheu o alvo, colocou o plano em ação e financiou a operação", sem citar um nome específico.

Ele acrescentou, sem dar mais detalhes, que o ataque foi realizado para "pôr em prática" a ordem do líder geral da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, que fez um chamado por ataques de muçulmanos ao Ocidente, utilizando quaisquer meios que possam encontrar.

A Al Qaeda no Iêmen é liderada por Nasser al-Wuhayshi, que também é o número 2 de Zawahri na hierarquia mundial da rede.

"Nós fizemos isso em conformidade com o comando de Deus e em apoio a seu mensageiro, que a paz esteja com ele", acrescentou Anesi.

Não foi possível verificar a autenticidade da gravação, que trazia o logo do grupo de mídia da Al Qaeda, al-Malahem.

Esgotada

A primeira edição do Charlie Hebdo publicada depois dos ataque de militantes islâmicos se esgotou em minutos nas bancas de jornais de toda a França ontem, com pessoas fazendo fila para comprar exemplares em apoio ao semanário satírico.

Uma tiragem de cerca de 3 milhões de cópias foi programada para a chamada "edição dos sobreviventes", superando em muito os habituais 60 mil exemplares.

A capa da nova edição mostra uma caricatura de Maomé triste, segurando um cartaz com os dizeres "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie) sob a manchete "Tudo está perdoado".

Dentro da edição, vê-se o humor irreverente habitual do semanário e o tom intencionalmente ofensivo que fez o jornal famoso.

O principal editorial faz uma defesa vigorosa do secularismo e do direito do jornal de ridicularizar as religiões e fazer seus líderes prestarem contas.

"O que nos faz rir mais é que os sinos de Notre-Dame tocaram em nossa homenagem", diz o editorial do semanário, que surgiu do movimento de libertação de 1968 e há muito zomba de todas as religiões e dos pilares do poder.

Toda a receita da venda da edição desta semana irá diretamente para o Charlie Hebdo, o que dará novo fôlego para uma publicação que vinha lutando com dificuldades financeiras. Um pedido de doações também foi ao ar na mídia nacional.

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