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O grupo radical islâmico Al Shabab assegurou neste sábado (29) que abandonou a cidade litorânea de Kismayo, no sul da Somália, considerada seu reduto mais importante, depois que soldados somalis e da força de paz da União Africana iniciaram na sexta-feira (28) um ataque ao local.

"Ontem à noite, após mais de cinco anos, a administração islâmica em Kismayo fechou seus escritórios", informou a Al Shabab por meio de sua conta no Twitter.

No entanto, apesar de admitir que os rebeldes abandonaram Kismayo, a organização assegurou que seguirá lutando pelo controle da cidade.

"Kismayo se transformará de uma cidade pacífica governada pela Sharia (lei islâmica) em uma zona de batalha entre os muçulmanos e os invasores", disse o grupo.

Nesta sexta-feira, após vários anos de luta contra a Al Shabab, a Missão de Paz da União Africana na Somália (Amisom), que entre seus integrantes conta com a participação de soldados do exército do Quênia, anunciou que tinha tomado o controle de Kismayo.

As tropas da Amisom entraram com sucesso em Kismayo", afirmou ontem o comandante do contingente da União Africana, Andrew Gutti.

A importância do reduto fundamentalista de Kismayo reside em seu porto, que foi fonte de receita para os radicais por meio da exportação de carvão vegetal, entre outros bens, e que além disso também serve para a entrada de armamento para a organização.

No entanto, os radicais da Al Shabab ainda controlam amplas zonas do centro e do sul do país, onde o frágil governo somali ainda não está em condições de impor sua autoridade.

O Parlamento somali elegeu no dia 10 de setembro seu novo presidente para os próximos quatro anos, Hassan Sheikh Mohamud, o que deu por concluído o processo de transição política no país africano, iniciado em 2004 sob supervisão da ONU. Apesar disso, a Somália ainda se encontra imersa em um conflito armado.

As tropas multinacionais da União Africana, o Exército somali, as Forças Armadas etíopes e milícias pró-governo combatem a Al Shabab, que em fevereiro passado anunciou sua união formal à rede terrorista Al Qaeda e que tem o objetivo de instaurar um Estado muçulmano de corte wahhabista no país africano.

A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias islamitas, senhores da guerra que respondem aos interesses de determinados clãs e grupos de criminosos armados.

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