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Cidade do México (EFE) – Mais de 50 milhões de latino-americanos finalmente vão receber água potável nos próximos nove anos se forem cumpridas as previsões do Fórum Mundial de Água, mas ainda assim outros 50 milhões continuarão sem esse serviço. Segundo o relatório regional do continente americano, apresentado ontem no IV Fórum Mundial de Água, no México, se a América Latina e o Caribe "mantiverem os esforços realizados nos anos 90, é possível que a região cumpra os Objetivos do Milênio" das Nações Unidas. A meta é reduzir pela metade até 2015 o número de pessoas sem acesso à água.

O relatório calcula que na América Latina existem 120 milhões de habitantes urbanos sem acesso a serviços de água. Essas pessoas não têm acesso a fontes confiáveis. A maior parte destes 120 milhões de habitantes se concentra no Brasil, com 57 milhões; México, com 10 milhões; Argentina, com 18 milhões, e Venezuela e Peru, com 7 milhões cada um.

O assessor para Águas e Serviços Públicos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Miguel Solanes, explicou que só com uma melhora dos indicadores econômicos será possível alcançar melhores resultados. O analista da Cepal destacou os avanços conseguidos pelo Brasil desde o Fórum de 2003, em Kyoto (Japão), graças aos esforços governamentais.

Solanes afirmou que a grande exceção da América Latina é o Chile, onde se chegou a 100% de cobertura no acesso à água potável e ao saneamento graças a seu crescimento econômico e ao tratamento dos serviços públicos como uma prioridade política. Os analistas do Conselho Mundial de Água, ONG que promove o Fórum Mundial, consideram que o fornecimento inadequado de água e a falta de saneamento nos países em vias de desenvolvimento são a sexta maior causa de mortes. Nos países do primeiro mundo, estes problemas são a 20.ª causa.

Só 49% dos países da América Latina e do Caribe contam com sistemas de drenagem adequados. Chile, Guatemala, México e Colômbia são os únicos onde o atendimento à população urbana passa de 70%. Para Mauren Ballesteros, uma das coordenadoras do relatório, os Objetivos do Milênio só serão atingidos com uma maior participação da iniciativa pública e privada.

O relatório regional apresentado no IV Fórum, que termina dia 22 de março, critica a baixa participação dos grupos tradicionalmente excluídos, como mulheres e índios, na tomada de decisões sobre a água.

Outro dos grandes desafios para a região é reduzir sua vulnerabilidade a desastres naturais, como secas e inundações, que assolam muitos países. Entre 1990 e 1998, a América sofreu uma média de 40,7 desastres por ano. Em 2005, foram mais de 20 furacões. Na década de 90, 45 mil pessoas morreram na região e 40 milhões ficaram desabrigadas devido a catástrofes naturais, com um custo econômico de mais de US$ 20 bilhões.

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