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Centenas de pessoas morreram durante o mês de julho na Europa e na América do Norte vítimas da forte onda de calor. Os termômetros marcaram 47,2º C numa zona residencial de Los Angeles, nos Estados Unidos. Na Europa, a marca chegou a 40ºC. Para preocupação dos governantes e da população, as temperaturas altas devem continuar rigorosas no mês de agosto.

A França é um dos países mais castigados pelos dias quentes. De acordo com o Instituto de Vigilância Sanitária, 64 pessoas morreram, dentre elas 40 com mais de 75 anos, vítimas das altas temperaturas que variam entre 34ºC e 38ºC no leste e chegam a 40ºC no sudeste.

As marcas dos termômetros franceses podem não parecer tão altas se comparadas às registradas nos verões árduos do nordeste brasileiro, mas há de se considerar que os países europeus não têm estrutura para temperaturas tão elevadas. As casas e estabelecimentos são preparados para – ironicamente – reter calor. E não dá nem para abusar dos ares-condicionados e ventiladores. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, o uso excessivo dos aparelhos provocou apagões.

Com poucas alternativas, não é de se estranhar que os banhos em chafariz, em plena praça pública, estão cada vez mais comuns e que os turistas estão riscando de seus planos a rota européia, pelo menos em julho.

Na Itália, as tempestades de verão associadas à onda de calor já deixaram seis mortos e o setor agrícola calcula que sofrerá perdas de aproximadamente 500 milhões de euros. Já na Califórnia, estado norte-americano mais afetado pelo calor, foram registradas 126 mortes teoricamente provocadas pelo excesso de calor.

Para André Ferreti, engenheiro florestal e um dos coordenadores do Observatório do Clima, o problema de aumento de temperatura não é algo recente. O especialista diz que a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, acumulados desde o início da Revolução Industrial, aumentam a retenção de calor.

"O que acontece é que processos como a queima de combustível, desmatamentos e queimadas fazem com que o gás carbônico e outros gases que estavam nas árvores e subsolos fiquem na atmosfera. Isso impede que parte dos raios ultravioletas que atingem a superfície da Terra voltem ao espaço. O calor fica aprisionado", explica o especialista que alerta que a situação pode piorar: "Com o desequilíbrio climático, a probabilidade de acidentes naturais acontecerem é muito grande. Ou seja, o favorecimento de secas, enchentes, furacões, tufões e tempestades", finaliza.

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