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Uma alemã que lutava com milicianos curdos foi morta quando combatia o grupo Estado Islâmico na Síria, informaram autoridades curdas nesta segunda-feira. Trata-se do terceiro caso conhecido de um estrangeiro morto quando lutava ao lado de forças curdas contra extremistas no país.

Ivana Hoffmann, de 19 anos, morreu no sábado enquanto lutava junto das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG, na sigla em curdo) perto da vila síria de Tel Tamr, informou o porta-voz do grupo, Nawaf Khalil. Em outras partes da Síria, ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos atingiram uma refinaria de petróleo controlada pelo Estado Islâmico nas proximidades da cidade de Tel Abyad, disseram ativistas. Um vídeo divulgado pela agência de notícias turca Dogan mostra os ataques da noite de domingo, que resultaram numa enorme bola de fogo que envolveu a refinaria.

O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres, que conta com uma rede de ativistas no interior da Síria, estima que os ataques mataram cerca de 30 pessoas, dentre elas militantes do Estado Islâmico e trabalhadores da refinaria. O grupo ativista conhecido como Raqqa is Being Slaughtered Silently (Raqqa está sendo massacrada silenciosamente, em tradução livre) também fez relatos sobre os ataques, mas não divulgou números de mortos ou feridos.

O Estado Islâmico, que controla um califado recentemente instituído em territórios que compreendem um terço da Síria e do Iraque, financia parcialmente suas atividades por meio da venda de petróleo no mercado negro. A coalizão não havia reconhecido a realização dos ataques.

Hoffmann, integrante do Partido Comunista Marxista Leninista da Turquia (MLKP, na sigla em turco), juntou-se aos combatentes do YPG cerca de seis meses atrás, segundo comunicado divulgado pelo MLKP. O comunicado do partido refere-se a Hoffmann por seu nome de guerra, Avashin Tekoshin, e diz que ela morreu em confrontos durante a madrugada, com militantes do Estado Islâmico, no dia 7 de março.

“Nossa camarada Avashin esteve no fronte, usando suas armas para resistir ao sangrento massacre da gangue do Estado Islâmico contra vilas assíria em Tel Tamr por dias”, diz o documento. “Durante esses confrontos, dezenas de integrantes das gangues morreram. Nossa camarada Avashin lutou até a última bala junto com os combatentes do YPG.”

O comunicado do partido não diz quantos outros integrantes do MLKP viajaram para a Síria para lutar contra o Estado Islâmico. Autoridades alemãs dizem que cerca de 650 pessoas viajaram da Alemanha para a Síria e para o Iraque para se unir a grupos extremistas, mas não sabem quantos teriam se juntado a grupos curdos ou cristãos que se opõem ao Estado Islâmico.

O chefe da agência de inteligência militar da Alemanha, Christof Gramm, disse ao jornal alemão Die Welt em entrevista publicada nesta segunda-feira, que cerca de 20 ex-soldados alemães viajaram para as zonas de conflito.

Hoffmann, nascida na Alemanha, de pais sul-africanos, é o terceiro ocidental e a primeira mulher combatente a morrer na luta com forças curdas contra o Estado Islâmico. A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, Sawsan Chebli, disse não estar ciente dos relatos sobre a morte de Hoffmann.

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