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Há 20 anos, a serem completados nesta segunda-feira, dia 9, caía o Muro de Berlim, e o que se via eram pés festejando sobre ruínas de concreto, braços erguidos pela vitória e mãos unidas em amizade e esperança.

Neste final de semana, os alemães estão celebrando a data com várias atividades, como concertos de Beethoven e Bon Jovi e um memorial às 136 pessoas mortas quando tentavam atravessar a fronteira da Alemanha Oriental de 1961 a 1989.

Naquela noite, em 1989, anos de separação e ansiedade evaporaram diante da inacreditável realidade de liberdade e um futuro sem guardas de fronteira, polícia secreta, informantes e um rígido controle comunista.

Os alemães orientais cruzaram a fronteira em suas motos, bicicletas ou nos tradicionais carros Trabants. Milhares de pessoas cruzaram a fronteira nos dias seguintes.

As lojas em Berlim Ocidental ficaram abertas até tarde e os bancos deram 100 marcos alemães como "dinheiro de boas-vindas" a cada visitante da parte oriental, o que equivalente a US$ 50.

A festa durou quatro dias e em 12 de novembro mais de 3 milhões, dos 16,6 milhões de alemães orientais, tinham visitado a parte oeste de Berlim.

O alemão Harald Jaeger, então leal guarda da fronteira entre as Alemanhas, estava em seu posto naquela noite. "Foi terrível porque eu me dei conta de que o partido, o governo e meus colegas não estavam do meu lado. Foi então que minha ideologia foi destruída", disse Jaeger, hoje com 66 anos, cujo portão da fronteira foi o primeiro a se abrir naquela noite. "O fato é que aquilo estava certo, era necessário e aconteceu no momento certo", acrescentou.

Jaeger disse que seu turno havia terminado naquela noite e que ele havia saído para comer um sanduíche quando soube da notícia pela TV. O oficial da Alemanha Oriental Guenter Schabowski disse que as novas regras que iriam permitir que os alemães orientais visitassem a parte ocidental passariam a valer imediatamente.

"Eu tinha dado apenas uma mordida no lanche quanto ouvi a memorável sentença de Schabowski", afirmou. Apesar de não ter recebido nenhuma instrução de seus superiores, Jaeger decidiu que o único modo de controlar a multidão seria abrir completamente a fronteira, por onde milhares de pessoas puderam passar. "Não sou herói. Apenas fiz o que achava correto fazer naquela noite".

Jaeger, no entanto, admite que sua atitude evitou que houvesse confronto violento. "Se tem algo pelo qual mereço crédito é que nenhum sangue foi derramado naquela noite. Apenas lágrimas de alegria", disse. As informações são da Associated Press.

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