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BERLIM - Informações compartilhadas pela Alemanha com os Estados Unidos podem ter levado a CIA a seqüestrar um cidadão alemão e levá-lo para interrogatórios no Afeganistão, como suspeito de terrorismo, revelou o diário "Berliner Zeitung".

Se confirmado, isso pode significar que o governo do ex-chanceler Gerhard Schroeder tem parte da responsabilidade no caso de Khaled el-Masri, cidadão alemão nascido no Líbano, que abriu nesta semana um processo contra a CIA pelos cinco meses em que foi mantido preso no Afeganistão, antes de reconhecer que sua detenção havia sido um erro. Ele foi preso quando passava férias na Macedônia, e seu caso tornou-se um escândalo na Alemanha.

"É possível que informações que trocamos com autoridades americanas tenham alertado a CIA para Masri", disse um alto funcionário da segurança pública ao jornal, pedindo anonimato. "É chocante que, no interrogatório de Masri no Afeganistão, os americanos tenham perguntado sobre informações que receberam de nós.

Relatos de que a CIA geriu prisões secretas no Leste da Europa e realizou vôos sigilosos pelo Continente e em outros países fizeram sombra à visita da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, ao continente nesta semana.

A chanceler Angela Merkel está sob crescente pressão doméstica para explicar por que autoridades alemães mantiveram silêncio sobre o caso de Masri, depois de tomar conhecimento dele no ano passado.

Merkel disse na terça-feira que Rice reconheceu numa reunião em Berlim que a "rendição" de Masri foi um erro. Rendição é o termo usado pelos EUA para designar a captura de suspeitos de terrorismo e transporte para outros países para interrogatório, sem extradição. Rice nega, porém, que as rendições sejam adotadas para levar os suspeitos a países onde se permitem interrogatórios sob alguma forma de tortura.

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