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Parlamentares alemães que investigam a denúncia de monitoramento do telefone celular da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pelos Estados Unidos disseram nesta quarta-feira que vão tentar obter evidências do ex-prestador de serviço de espionagem norte-americano Edward Snowden em Moscou, sem comprometer o status dele na Rússia.

No que pode ser uma frustração para Snowden, que deseja viajar para Alemanha ou França, de acordo com um político alemão que encontrou com ele na semana passada, autoridades do governo de Merkel e da centro-esquerda descartaram levá-lo à Alemanha.

"Eu deixei claro mais uma vez que vamos nos ater à decisão de que o senhor Snowden não tem direito a asilo na Alemanha, porque ele não é um refugiado político", disse o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich.

"Nós agora devemos falar sobre as circunstâncias em que poderia ser possível ouvir o senhor Snowden em Moscou e obter mais informações dele, se ele tiver alguma", acrescentou o ministro, e após reunião de uma comissão parlamentar que fiscaliza as agências de inteligência.

Na semana passada, o parlamentar de oposição Hans-Christian Stroebele encontrou Snowden em Moscou e disse que o norte-americano de 30 anos estava disposto a viajar à Alemanha para auxiliar nas investigações sobre a espionagem eletrônica dos Estados Unidos, que provocou a ira da aliada Alemanha.

Revelações de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) e da britânica GCHQ, inclusive a partir de suas embaixadas a poucos passos do Portão de Brandemburgo, atingiram um tema sensível na Alemanha, onde a privacidade é sagrada diante das lembranças de espionagem feita pelos nazistas e a polícia secreta da Alemanha Oriental.

Merkel se queixou a Washington, mas salientou a gratidão da Alemanha pelo apoio norte-americano na Guerra Fria e a importância vital da aliança. É improvável que ela concorde em conceder asilo a um homem considerado traidor por muitos nos Estados Unidos.

Thomas Oppermann, especialista em política interna dos social-democratas, que devem formar um governo de coalizão com os conservadores de Merkel em breve, ecoou os comentários de Friedrich.

"Uma audiência na Alemanha não está em debate no momento, mas queremos ver primeiro se é possível um questionamento em Moscou", afirmou.

No entanto, Stroebele afirmou que Snowden tinha dito a ele que não poderia fornecer informações para os alemães em Moscou, e fez questão de asilo em um país "democrático" depois que seu asilo de um ano na Rússia expirar. O asilo temporário concedido a ele por Moscou no início de agosto pode ser prorrogado anualmente.

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