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Cabras comem pepinos descartados em uma fazenda de Algarrobo, perto de Málaga, na Espanha | Jorge Guerrero/AFP
Cabras comem pepinos descartados em uma fazenda de Algarrobo, perto de Málaga, na Espanha| Foto: Jorge Guerrero/AFP

Fronteiras

Para médicos, chance de doença atingir o Brasil é remota

Depois de constatados dois casos de infecção por E.coli nos EUA, cresce a preocupação de que o surto infeccioso se alastre pelo mundo.

Marcos Boulos, professor de moléstias infecciosas e parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor-clínico do Hospital das Clínicas, diz acreditar que a doença não tem grandes possibilidades de atingir o Brasil.

"Se alguém com suspeita da doença chegar da Europa (com diarreia, por exemplo), deve se tratar imediatamente procurando um profissional de saúde", afirma o médico.

Já se uma pessoa tem viagem marcada para a Alemanha ou Espanha neste momento, deve evitar a ingestão de alimentos crus, diz ele.

A assessoria da TAM informou que mantém o procedimento padrão de higiene nos voos. A tripulação é orientada a lavar com frequência as mãos antes do contato com passageiros e alimentos.

A empresa diz não ter recebido orientação específica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a respeito do surto de E. coli. A Anvisa afirma que está monitorando o problema e que, por ora, não tomará nenhuma medida adicional. (Folhapress)

O centro de controle de doenças da Alemanha registrou 365 no­­vos casos de contaminação por Es­­che­­richia coli (E.coli) ontem, en­­quanto as autoridades lutam pa­­ra desvendar a origem do surto de uma perigosa variante da bactéria.

A E.coli é encontrada em grandes quantidades no sistema di­­gestivo de humanos, vacas e ou­­tros mamíferos. Ela se propaga principalmente pela comida, pe­­la água contaminada ou pelo con­­tato com animais doentes e foi responsável por muitos casos de contaminação alimentar, mas, na maioria deles, causa dores es­­tomacais não letais.

Os sintomas típicos da infecção pela bactéria são febre moderada e vômito. Em alguns casos, há diarreia com sangue nas fezes. A maioria dos pacientes se recupera em cerca de sete dias. Um quarto dos novos casos na Ale­­ma­­nha envolve, contudo, pa­­cientes com Síndrome Hemolí­­tico-Urê­­mica (SHU), séria complicação causada por uma toxina produzida por uma variedade da E.coli.

A toxina destrói as hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal. Nos casos mais severos, a síndrome provoca convulsões e problemas graves no sistema nervoso.

Até a quarta-feira, segundo o Instituto Robert Koch, agência nacional de saúde alemã, 470 pessoas sofriam da síndrome. Na véspera, eram 373 casos. A Ale­­manha tem, em média, 50 a 60 casos de SHU por ano. Dessas, quase cem pessoas sofrem sintomas graves e potencialmente fa­­tais da doença.

OMS

Desde o começo de maio, 1.064 casos de contaminação por E.coli foram registrados na Alemanha. A OMS (Organização Mundial de Saúde) disse que casos da doença foram registrados ainda na Áus­­tria, Holanda, Dinamarca, Norue­­ga, Espanha, Suécia, Suíça e Rei­­no Unido. Apenas dois casos, contudo, são de pessoas que não estiveram no norte da Alemanha recentemente. Essa perigosa variante da E.coli foi responsável ainda pela morte de 16 pessoas na Alemanha e de uma na Suécia.

A ministra de Agricultura Ilse Aigner disse que os cientistas es­­tão trabalhando sem folga para encontrar a fonte da doença, que teria se espalhado pelo continente em vegetais crus. "Centenas de testes foram feitos e as agências responsáveis determinaram que a maioria dos doentes comeram tomates, pepinos e alface e são do norte da Ale­­manha", disse Aig­­ner. "Os Esta­­dos que conduziram testes precisam agora seguir o caminho [dos vegetais] para descobrir como os pepinos, tomates e alface chegaram aqui."

A chamada crise do pepino re­­sultou em uma crise diplomática pa­­­­ra a Alemanha, acusada pela Espanha de se precipitar ao dizer que os pepinos espanhóis seriam a fonte primária da bactéria.

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