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A crise entre Rússia e Ucrânia começa a gerar preocupações nos países vizinhos da antiga União Soviética. A anexação da Crimeia e as tensões separatistas no Leste da Ucrânia aumentaram a tensão em antigas repúblicas soviéticas que contam com populações de cidadãos de origem russa. Nesta terça-feira (22), o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou que a crise na Ucrânia representava um risco à segurança bielorrussa, e pediu à população que se una para proteger sua independência.

"Os países ao redor de nós estão em um momento de transformação. A Ucrânia está fervendo e a Rússia está tentando crescer novamente. Bem na frente de nossos olhos as antigas fronteiras estão desmoronando", afirmou Lukashenko. "Qualquer desastre geopolítico irá nos afetar. Temos que proteger nosso bem mais valioso: a independência do país. E para defendê-la, toda a Bielorrússia deve estar unida."

Criticado pelos países ocidentais por sua política dura contra a oposição, Lukashenko - que comanda a antiga república soviética há quase 20 anos - é um velho aliado de Moscou, e defende a linha ditada pelo Kremlin nas questões internacionais. No entanto, o presidente, que depende imensamente da ajuda militar e econômica da Rússia, criticou a anexação da Crimeia no mês passado.

"Minha mensagem para aqueles que criticam o governo é que aceitamos qualquer oposição que esteja dentro da lei", afirmou o presidente, que alertou opositores declarando que medidas duras serão tomadas contra aqueles que "incitarem motins".

Na Estônia, onde russos formam um quarto da população, a anexação da Crimeia também trouxe preocupações com relação à estabilidade do país.

"Estamos em alerta. Se a crise da Ucrânia nos ensinou algo, foi que os líderes russos podem tomar decisões muito rapidamente", afirmou o ministro estoniano da Defesa, Sven Mikser. "A Rússia pode mover suas tropas com muita rapidez, como vimos no caso da fronteira ucraniana."

Segundo o ministro, separatistas já começaram a agir no país. Cidades como Narva, terceira maior da Estônia, têm quase 90% da população formada por cidadãos de origem russa.

"Temos regiões que são predominantemente russófonas, e já vimos tentativas de fomentar tensões no país, mas acredito que a vasta maioria dos estonianos russófonos estão felizes de viver na Estônia e na União Europeia", afirmou.

Estados Unidos

O Pentágono afirmou nesta terça-feira (22) que 600 soldados serão enviados à Polônia e às três repúblicas do Báltico - Lituânia, Letônia e Estônia - para exercícios militares. Segundo o porta-voz do departamento de Defesa, John Kirby, os exercícios não fazem parte do programa militar da Otan, e se somam aos acordos bilaterais que os Estados Unidos mantém com os quatro países. Kirby afirmou ainda que os novos exercícios foram motivados pela tensão que surgiu com a anexação da Crimeia, e que "representam o compromisso americano com nossas obrigações com a segurança da Europa".

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