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Tragédia

Alguns sobreviventes do terremoto no Chile ainda esperam ajuda

Réplicas do tremor ainda mexem com os nervos da população

Alguns sobreviventes ainda estão esperando pela ajuda governamental neste sábado (6), na região centro-sul do Chile, uma semana após um dos piores terremotos registrados matar centenas e enquanto réplicas do tremor ainda mexem com os nervos da população.

Sem teto e desesperados, eles expressam raiva e frustração em relação ao modo como a presidente Michelle Bachelet, em fim de mandato, vem respondendo ao desastre. Dizem que o governo dela agiu muito lentamente depois que o terremoto de magnitude 8,8 atingiu o país no dia 27 de fevereiro.

"Houve um terremoto de desorganização no governo nacional e local," disse Fernando Valenzuela, de 44 anos, que está vivendo com sua mulher em um acampamento de 42 pessoas na pequena cidade de Dichato, perto do epicentro do sismo.

A área no entorno de Dichato foi devastada por tsunamis desencadeados pelo terremoto, que jogou grandes navios para uma distância de até 2 quilômetros em terra. Aviões cargueiros aterrissam a cerca de 30 quilômetros da área, levando água, alimentos e alojamentos, mas a ajuda ainda não chegou a alguns acampamentos.

Muitos sobreviventes indignados dizem não ter sido alertados sobre os tsunamis, que se formaram horas depois do sismo. A Marinha do país admitiu que seu sistema de alerta falhou e demitiu o encarregado da unidade de avisos sobre catástrofes.

Foi um de uma série de erros graves. O governo está revisando a cifra de mortos depois que as autoridades incluíram nas listas por engano dezenas de desaparecidos que estavam vivos.

As autoridades disseram na sexta-feira ter computado 452 mortos. Não especificaram o número de corpos não identificados ou de pessoas desaparecidas e voltaram atrás na cifra anterior de mortes, que superava 800.

O presidente recém-eleito, Sebastián Piñera, de centro-direita, que tomará posse em 11 de março em uma cerimônia mais simples do que o previsto antes do sismo, prometeu reavaliar o Escritório Nacional de Emergências do Chile, conhecido como Onemi.

Alguns criticaram Bachelet por não ter enviado tropas imediatamente às ruas depois do terremoto. O Chile é considerado o país mais desenvolvido da América Latina, por sua economia estável e serviços sociais.

Ivan González Ruiz, proprietário de uma padaria saqueada na cidade portuária de Talcahuano, disse que Bachelet esperou demais para restaurar a ordem.

Alguns sentem que Bachelet, que é socialista, estava relutante em encerrar seu mandato com os militares patrulhando as ruas porque isso lembraria as imagens da ditadura brutal de Augusto Pinochet (1973-1990).

Bachelet era esperada para uma visita neste sábado à região mais afetada pelo terremoto. O secretário-feral da ONU, Ban Ki-moon, já estava na região em visita.

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