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Importantes aliados de Nicolas Sarkozy pediram calma na terça-feira à base conservadora do governo depois de o presidente eleito da França ter afirmado que pretendia colocar um conhecido político socialista em seu gabinete.

Sarkozy toma posse na quarta-feira e deve divulgar a composição de seu governo até o final da semana. O esquerdista Bernard Kouchner, co-fundador do grupo de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteira, pode assumir a vaga de ministro das Relações Exteriores.

Alguns integrantes do partido governista UMP, de Sarkozy, criticaram abertamente a escolha, mas aliados disseram que o novo presidente tinha de pensar no bem da França e não apenas no seu círculo de poder.

"Este não é o momento de sair distribuindo recompensas, mas de reunir talento", afirmou à rádio RTL Brice Hortefeux, uma das pessoas mais próximas do presidente eleito.

Sarkozy prometeu nomear apenas 15 ministros - metade do número atual - e garantir que ao menos sete deles sejam mulheres. Havia 25 homens no atual gabinete de governo, um indício do predomínio masculino no mundo da política francesa.

Em vista da relativa pouca oferta de cargos, a competição mostra-se feroz.

"Claramente, há um certo número de pessoas que terão de se envolver (na maioria governista) sem estar no governo", afirmou o ex-primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin.

A mudança de governo deve começar na terça-feira à tarde, quando o atual premiê do país, Dominique de Villepin, um antigo rival de Sarkozy, renunciaria.

O presidente francês, Jacques Chirac, fará seu pronunciamento final ao país às 20h (16h em Brasília), depois de ter passado 12 anos no cargo. Sarkozy toma posse oficialmente na quarta-feira de manhã.

Um dos primeiros atos do novo presidente será voar até Berlim, ainda na quarta-feira, a fim de reunir-se com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

Alguns dizem que Sarkozy nomeará o conservador moderado François Fillon como primeiro-ministro, já na quinta-feira, e que anunciará o restante do gabinete no máximo até segunda, mas provavelmente antes.

O novo presidente deve escolher também um político centrista para comandar uma das pastas do governo.

A postura adotada por Sarkozy na composição de seu gabinete é uma tentativa clara de mudar sua imagem de político intransigente. Mas alguns membros do UMP, que temem um enfraquecimento da imagem do partido antes das eleições parlamentares do próximo mês, deram sinais de insatisfação.

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