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Pressão

Aliados dos EUA dão ultimato ao regime de Kadafi

Governo líbio anuncia cessar-fogo. Países decidem hoje em Paris quais ações serão tomadas contra ditador

Moradores de Benghazi, cidade dominada por insurgentes, participam de oração da sexta-feira | Esam al-Fetori/Reuters
Moradores de Benghazi, cidade dominada por insurgentes, participam de oração da sexta-feira (Foto: Esam al-Fetori/Reuters)
Defensor de Kadafi exibe cartaz com agradecimento aos países que se abstiveram em votação na ONU contra o ditador |

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Defensor de Kadafi exibe cartaz com agradecimento aos países que se abstiveram em votação na ONU contra o ditador

Entenda a zona de exclusão da Líbia |

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Entenda a zona de exclusão da Líbia

Trípoli - Acossado por uma iminente ação militar internacional, o regime do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, anunciou o cessar-fogo na ofensiva aos rebeldes. Mas os EUA e as potências aliadas França e Reino Unido ignoraram o anúncio e deram um ultimato ao líder líbio.

"Todos os ataques contra civis devem parar" , disse o presidente Barack Obama. "E deixem-me ser claro: esses termos são inegociáveis. Se Kadafi não as cumprir, a resolução [da ONU] vai ser implementada por meio de ação militar’’, completou.

Na quinta-feira, o Conselho de Segurança aprovou resolução que autoriza a adoção de "todas as medidas necessárias" para deter Kadafi, na prática abrindo o caminho à ação militar na Líbia.

Obama exigiu ainda o fim das ofensivas – e ameaças – contra bastiões rebeldes como Benghazi, a "capital" rebelde, Ajdabiya e Misrata, e o restabelecimento dos serviços essenciais nas cidades.

O chanceler francês, Alain Juppe, disse estar tudo pronto para imposição de zona de exclusão aérea na Líbia. Já o Reino Unido disse que Kadafi será julgado "por suas ações, não suas palavras".

Autoridades de EUA, Reino Uni­­do, França, Otan (a aliança militar ocidental) e Liga Árabe se reunirão hoje em Paris para decidir quais ações tomar se o ditador líbio não cumprir as exigências.

Momentos antes da aprovação da resolução na ONU, Kadafi prometera realizar uma ofensiva final contra o principal reduto opositor. O ditador afirmou também que, "se o mundo atuar como um louco, nós vamos fazer o mesmo. Vamos responder".

Cessar -fogo

Mas ontem o regime mudou o tom. O ministro de Relações Exteriores líbio, Moussa Koussa, leu um comunicado no qual garante que o grande interesse da Líbia é proteger os civis e criticou alguns itens da medida, como a criação de uma zona de exclusão aérea, que prejudicam a vida dos cidadãos líbios.

"Considerando que a Líbia é membro da ONU, nós aceitamos a resolução e, portanto, a Líbia decidiu por um cessar-fogo imediato", disse Koussa. "Nós enfatizamos e concordamos com o artigo [da resolução] que fala da proteção dos civis e da unidade territorial da Líbia", acrescentou o ministro.

Koussa reiterou ainda a oferta de Trípoli para que os países e ONGs enviem equipes ao país para verificar de perto as condições do confronto e tomar as decisões certas.

Operações militares

A imposição de uma zona de exclusão aérea implica operação militar para inutilizar as defesas líbias e realizar monitoramento do espaço aéreo do país, eventualmente abatendo aviões.

A revolta na Líbia teve início em fevereiro, quando rebeldes conseguiram estabelecer governo no leste e conquistar cidades no oeste.

Mas, há duas semanas, o ditador líbio logrou reverter a situação e impor sucessivos recuos aos rebeldes, até chegar às portas de Benghazi.

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