
Trípoli - Forças do ditador líbio, Muamar Kadafi, continuam a atacar cidades rebeldes ontem, apesar do anúncio de cessar-fogo em obediência à resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovada ontem, que permite o uso da força militar no país africano para proteger os civis.
Segundo a rede de tevê Al Jazeera e insurgentes, forças pró-
Kadafi bombarderam a cidade rebelde de Misrata, no oeste do país.
Abdulbasid Abu Muzairik, morador da cidade, disse à Al Jazeera que houve disparos de artilharia e tanques de guerra. "As tropas de Kadafi estão nos arredores da cidade, mas continuam a se mover em direção ao centro. O cessar-fogo não está sendo obedecido, ele [Kadafi] continua a atacar o povo", disse.
Também houve relatos sobre forças do governo realizando ataques e cercando a cidade de Benghazi, outro reduto rebelde no leste do país.
No entanto, o ministério do Exterior nega que a presença das forças do governo líbio na região e ao redor de outras cidades, como Benghazi, viole as regras do cessar-fogo. Segundo ele, o Exército não tem planos de atacar o reduto rebelde no leste do país.
"Quanto à presença do Exército nas cidades líbias, consideramos importante para a segurança dos cidadãos. Isso não viola o cessar-fogo", afirmou a repórteres o vice-chanceler, Khaled Kaim. "O cessar-fogo significa não ter operação militar, pequena ou grande. As forças armadas estão agora fora de Benghazi e não têm intenção de entrar na cidade", acrescentou.
Ele disse ainda que, desde o anúncio da trégua, na manhã de ontem, as forças do governo não realizaram nenhuma ação militar. "Não tivemos bombardeios de quaisquer tipos desde que o cessar-fogo foi declarado", afirmou ele quando questionado sobre notícias de operações das tropas leais ao líder líbio, Muamar Kadafi, em Misrata e outras partes do país.
Relatos de insurgentes, no entanto, contradizem as afirmações do governo. Segundo líderes rebeldes, as tropas de Kadafi iniciaram o assalto contra Misrata às 8 horas de ontem. Um médico em um complexo de clínicas transformadas em hospital afirmou que pelo menos 12 pessoas foram mortas.



