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Bombaim – Um dia mais velho do que a Índia, o Paquistão completou ontem 60 anos assombrado pelo radicalismo islâmico alimentado pelo Taleban e pelo grupo terrorista Al-Qaeda, e sob o fantasma da instabilidade política.

Ontem, nas principais cidades, o clima era de medo. Em Lahore – perto da fronteira com a Índia –, a festa foi cancelada por motivos de segurança. Na capital, Islamabad, a cerimônia oficial foi sombria. As ruas e os mercados estavam vazios. Admitindo que radicais paquistaneses dão apoio ao Taleban e a membros da Al-Qaeda que atuam no Afeganistão, o presidente Pervez Musharraf, pediu para a nação se unir contra os extremistas islâmicos. O general, cada vez mais fraco politicamente, vangloriou-se pelo fato de o país ser uma potência nuclear, assim como a Índia.

"É um símbolo de nossa honra nacional", afirmou o presidente, que nega as informações de que os EUA estariam preparando uma intervenção militar no país.

Washington se preocupa com o destino das armas nucleares caso fundamentalistas tomem o poder. Radicais islâmicos tomaram uma mesquita na capital, mês passado. O Exército entrou em ação, numa operação que deixou 200 mortos.

Rumores de que Musharraf pode decretar estado de emergência e estender seu mandato também circulam. O país tem regime parlamentarista, e a Assembléia Nacional deve ser renovada em outubro. Após a partilha da Índia – com a criação do Paquistão – houve uma das maiores migrações em tempos de paz da História. Mais de dez milhões de pessoas deslocando-se de um lado para o outro da fronteira: hindus vindo para a Índia e muçulmanos indo para o Paquistão. O conflito havia deixado um milhão de mortos, uma ferida aberta até hoje nos dois países. Mas bem diferente da vizinhae rival Índia, o Paquistão não tem uma bela história para contar no capítulo democracia. Mais da metade de seus 60 anos foi sob regime militar.

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