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Independente de o próximo presidente americano ser o republicano John McCain ou o democrata Barack Obama, é muito pequena a probabilidade de a América Latina se tornar uma prioridade em matéria de política externa.

A região ficou ausente do debate eleitoral, como também um outro assunto que interessa aos hispânicos provenientes do sul do Rio Bravo, que é a reforma das leis de imigração.

No México, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, declarou que uma vitória de Obama "não será nenhuma novidade", já que há muito tempo ele vem obtendo o primeiro lugar nas preferências de voto.

Interrogado sobre qual o candidato que, na sua opinião, seria mais interessante para a América Latina, Fernando Lugo respondeu que é "aquele que queira respeitar os processos latino-americanos e manter relações fraternais e equilibradas".Nesta que foi a campanha eleitoral mais longa, mais cara e mais disputada dos últimos anos, John McCain aproximou-se mais da região, que chegou a visitar, tendo viajado para a Colômbia e o México, quando falou da continuidade da política de livre comércio, mercados abertos e da posição dura contra líderes totalitários que caracterizou o governo republicano de partida.

Obama, que nunca esteve num país latino-americano, concentrou seu discurso nos temas que preocupam muito os americanos: as guerras no Iraque e Afeganistão e a crise financeira global.

Obama, que é abertamente contra um tratado de livre comércio com a Colômbia (TLC), pendente de aprovação no Congresso, juntamente com os tratados a serem assinados com o Panamá e a Coréia do Sul, também já falou em rever o acordo vigente há quase 15 anos com o México. E tem afirmado com freqüência que é necessário frear a saída de empresas estrangeiras para outros países, para criar empregos no país, uma mudança radical em relação à política de George W. Bush no sentido de promover esses tratados

John McCain é contra a suspensão do embargo comercial e outras sanções contra Cuba impostas há mais de meio século, e critica os governos de Hugo Chávez, na Venezuela, dos irmãos Fidel e Raúl Castro, em Cuba, diante da ausência de liberdades individuais.

Barack Obama, por seu lado, já falou em levantar algumas sanções impostas por Bush a Cuba, mas não o embargo , como também permitir viagens de família e autorizar remessas ilimitadas para o país, para que "os familiares (de exilados cubanos) se tornem menos dependentes do regime castrista".

O candidato democrata tem falado ainda de uma "New Partnership for the Americas" (Nova aliança das Américas) onde as liberdades possam ser exercidas sem restrições e se instaurar um diálogo "sem precondições" com todos os governos da região, posição bem acolhida por Chávez, que afirmou que iniciaria um diálogo com Obama se fosse convidado, o que não aconteceu com Bush.

É provável que Chávez tome a iniciativa de reatar relações a nível de embaixada com Washington, interrompidas desde setembro quando ele expulsou o embaixador americano em Caracas. O mesmo se pode esperar do presidente da Bolívia, Evo Morales, cuja decisão de expulsar o embaixador americano por suposta intervenção em assuntos internos do país, teve a solidariedade de Chávez.

McCain foi um defensor vigoroso da reforma da legislação sobre imigração no ano passado, mas a forma como seu partido reagiu pode, curiosamente, pesar contra ele nestas eleições, já que o projeto foi derrubado por duas vezes no Congresso.

Obama assumiu uma posição semelhante à de McCain: disse que deseja que as pessoas sem documento no país se tornem cidadãos legais, desde que paguem impostos e uma multa, aprendam inglês e se submetam às leis do país.

Em fevereiro, qualquer dos dois candidatos vai ter a grande oportunidade de dizer à região o que realmente pretende fazer como presidente. Será por ocasião da cúpula presidencial das Américas em Trinidad e Tobago.

Fidel Castro jamais participou das quatro reuniões de cúpula precedentes porque não foi convidado.

Se Barack Obama se tornar presidente, convidará os irmãos Fidel e Raúl Casto para Puerto España?

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