O americano Bassam Khalaf foi contratado para zelar pela segurança de alguns dos vôos realizados nos Estados Unidos - ele checava malas em um aeroporto. Mas seu alter ego, o "Assassino Árabe", cantava músicas de rap falando sobre jogar um avião contra um prédio.
A Agência de Segurança nos Transportes (TSA) dos EUA não conseguiu aceitar a outra faceta de seu funcionário e o demitiu na semana passada, afirmando que o direito de liberdade de expressão dele não se estendia ao direito de verificar malas no Aeroporto Intercontinental de Houston.
- Eu era um dos que checavam as bagagens - afirmou Khalaf nesta sexta-feira. - Nunca deixaria uma bomba entrar em um avião - acrescentou.
Khalaf confirmou ser o "Assassino Árabe", rapper que canta músicas sobre morte, estupros e explosões.
Em uma de suas composições, ele diz: "My name is Bassam, a one-man band, I came from sand, affiliated with the Taliban" (Meu nome é Bassam, a banda de um homem só, vim das areias, filiado ao Talibã).
Khalaf, nascido em Houston e filho de palestinos, disse que suas letras incendiárias visavam apenas a chamar a atenção para conseguir um contrato de distribuição para seu primeiro álbum, "Terror Alert" (Alerta de terror).
Em vez de conseguir o sonhado contrato, Khalaf, de 21 anos, acabou demitido depois de seis meses no emprego. O nome dele foi passado para outras agências federais de investigação, disse Andrea McCauley, porta-voz da TSA.
- Há um certo grau de integridade que pedimos que seja observado pelos funcionários - afirmou McCauley. - A tarefa dele era proteger as pessoas, as mesmas que ele promete machucar. Imagine o que as pessoas pensariam se não o demitíssemos - emendou.
Khalaf acredita que foi demitido, em parte, por ser descendente de árabes, mas a porta-voz contestou essa opinião.
O ex-funcionário afirmou que a publicidade em torno de suas músicas havia feito com que tanto admiradores quanto detratores ligassem para ele. Nenhuma gravadora, porém, entrou em contato.
Khalaf também se disse um pouco preocupado com a possibilidade de conseguir um novo emprego:
- É melhor que eu dê certo (como rapper), porque não há mais volta.
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