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Passaportes de cidadãos americanos presos na Venezuela| Foto: Palácio Miraflores/AFP

Dois militares veteranos dos Estados Unidos, presos em uma tentativa de invasão à Venezuela e sequestro de Nicolás Maduro no fim de semana, foram acusados de terrorismo, conspiração, tráfico de armas e formação de quadrilha, informou nesta sexta-feira (8) o Procurador-geral do regime, Tarek William Saab. Esses delitos podem acarretar em penas de 25 a 30 anos de prisão.

Um dos americanos, Luke Denman, 36, apareceu em um vídeo transmitido pela televisão estatal venezuelana admitindo sua participação na chamada operação Gedeón. Ele contou que foi contratado para treinar militares venezuelanos na Colômbia e para invadir a Venezuela, na tentativa de tomar um aeroporto e sequestrar Nicolás Maduro para levá-lo aos EUA, onde o ditador é procurado por narcoterrorismo.

Sessenta homens teriam participado diretamente da tentativa de invasão. Oito deles morreram e 31 foram presos, segundo Saab. Os venezuelanos detidos responderão por conspiração com governo estrangeiro, terrorismo, traição, rebelião, tráfico ilícito de armas de guerra e formação de quadrilha.

O regime venezuelano também informou que emitiu uma ordem de captura internacional contra outro americano, Jordan Goudreau, dono da empresa de segurança americana Silvercorp USA e líder da fracassada operação Gedeón.

Outras 24 ordens de prisão foram emitidas pela regime, das quais duas também são internacionais: o venezuelano Juan José Rendón, assessor de Guaidó nos Estados Unidos que admitiu ter contratado os serviços de Goudreau para a operação (embora depois tenha desistido), e o deputado Sergio Vergara, cuja assinatura também aparece no contrato entre Goudreau e Rendon.

A assinatura de Juan Guaidó também aparece no contrato apreendido pelas forças de Maduro. O líder da oposição e presidente interino da Venezuela nega que tenha assinado o documento. Saab não mencionou o nome de Guaidó entre os procurados pela justiça, mas voltou a culpar Estados Unidos e Colômbia pelo ataque.

"Os mercenários trouxeram armas de guerra para executar um plano terrorista na Venezuela", disse. "Eles prepararam caminhonetes com metralhadoras para atacar a sede das instituições estatais".

Saab também mencionou que fez um pedido ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, e à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, para falar "enfaticamente sobre esta flagrante violação contra a nossa soberania". "É um ato de agressão em meio a uma pandemia global", afirmou.

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