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Família reunida em frente à televisão em 1958, quando havia poucos programas para assistir | Creative Commons
Família reunida em frente à televisão em 1958, quando havia poucos programas para assistir| Foto: Creative Commons

Sem trégua

Para o público, é raro um período de calmaria. Uma série ou uma nova temporada estreiam quase toda semana. Para o diretor executivo da FX network, John Landgraf, as séries ruins desaparecem, mas os canais quase nunca.

Conversas

"Vivemos em um mundo no qual as conversas de bar são importantes e as pessoas podem assistir ao que quiser na hora em que quiserem. As pessoas só assistem aos programas que mexem com elas", diz Paul Lee, chefe de entretenimento da ABC.

Beth Hoppe ama séries de tevê. Mesmo com um gravador de vídeo digital e pagando serviços por demanda que permitem assistir aos programas a hora que quiser, não há tempo suficiente para ver tudo o que gostaria.

Como chefe de programação da PBS, Hoppe tem um motivo profissional para permanecer atualizada. Então, se ela se sente afoita com tanto material disponível, como nós, meros mortais, podemos não nos sentir assim também?

De todas as mudanças na televisão, nenhuma é mais profunda do que o grande volume de programação disponível no momento. Desde o About a Boy da NBC até Z Nation do Syfy, 352 séries com roteiro original foram exibidas nos Estados Unidos na televisão aberta, a cabo e em serviços de streaming (aqueles em que o programa é visto online, sem necessidade de "baixar" seu conteúdo) em 2014. Isso sem contar programas de notícias, esportes, talk shows, documentários, filmes e reality shows.

Crescimento

Em 1999, 26 séries com roteiro original eram exibidas na tevê a cabo norte-americana no horário nobre e de madrugada. Em 2014, foram 199 – um aumento de 665%.

Também no ano passado, 25 séries originais foram disponibilizadas no Netflix, Amazon e Hulu, serviços que não atuavam como criadores de conteúdo 15 anos atrás.

O ritmo só aumenta: somente o número de séries originais em horário nobre na tevê paga praticamente dobrou desde 2010, de acordo com a FX networks, que mantém a contagem dos programas. "A quantidade de competição é insana", disse John Landgraf, diretor executivo da FX.

Investimento Mudanças obrigam emissoras a priorizar programação original

Antigamente, as redes de tevê a cabo podiam manter um negócio bem sucedido com uma programação basicamente de filmes e reprises de séries antigas. Isso acabou. "O público agora pode assistir a um filme antigo a hora que quiser através de serviços de streaming – não há porque esperar algum canal de tevê decidir levá-lo ao ar", comentou Alan Wurtzel, chefe de pesquisa da NBC Universal.

Apesar de sucessos ocasionais como The Big Bang Theory, o gosto por reprises de temporadas está desaparecendo, muito por conta da quantidade de séries novas que surgem.

Dessa maneira, a distinção se tornou crucial. Os canais precisam de programação original para estabelecer uma identidade própria. Basta lembrar de exemplos: o que era a AMC antes de Mad Men? A IFC antes de Portlandia? O FX antes de Rescue Me?

"As pessoas não vão se tornar fãs do canal Lifetime porque era lá que passava Golden Girls. Agora, se você produz uma série original, especialmente aquelas que emplacam, os espectadores voltam e vão sintonizar no canal procurando o próximo lançamento", diz o pesquisador Tim Brooks.

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