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Câmera camuflada em livro, usada pela CIA, em exposição na cidade alemã de Oberhausen | Ina Fassbender/Reuters
Câmera camuflada em livro, usada pela CIA, em exposição na cidade alemã de Oberhausen| Foto: Ina Fassbender/Reuters

O ministro da Defesa, Celso Amorim, reconheceu na audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado a situação de "vulnerabilidade" na troca de informações oficiais no Brasil, com uma possibilidade real de violação de dados por outros países.

Segundo Amorim, "estamos ainda na infância, não é nem adolescência" em relação à defesa cibernética. O ministro reclamou veladamente do baixo orçamento do governo federal para os programas de proteção cibernética: menos de R$ 100 milhões previstos no Orçamento da União de 2013.

"A situação em que a gente se encontra hoje é realmente de vulnerabilidade. Por mais que tenhamos proteção dos dados sigilosos pela criptografia, a mera detecção sobre o tipo de contato mantido já é uma informação de valor analítico para um eventual adversário do país", disse o ministro.

Amorim afirmou que o núcleo de defesa cibernética existente no Exército Brasileiro ainda é "jovem", em funcionamento desde 2011. Depois da divulgação das informações sobre a suposta espionagem do governo dos EUA no Brasil, o ministro se reuniu com os chefes das Forças Armadas para dimensionar a fragilidade dos dados que circulam no país.

"As reuniões internas com as Forças Armadas servirão para verificar o grau de vulnerabilidade, para saber se dados de interesse militar podem ter sido atingidos de alguma forma. Uma resposta cabal sobre isso será difícil", afirmou Amorim.

Segundo ele, as mensagens são criptografadas e, por essa razão, gozam de uma proteção "razoável". Mas, para o ministro da Defesa, há a necessidade de que as redes de transmissão – todas elas nas mãos de empresas internacionais – contem com tecnologia e serviço brasileiros. Também não há satélites brasileiros usados na defesa cibernética, o que amplia a vulnerabilidade.

"As redes propriamente não têm um sistema brasileiro de proteção. As ferramentas todas que existem são estrangeiras. Umas das necessidades mais urgentes é desenvolvimento científico e tecnológico nessa área", disse.

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