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| Foto: MARK WALLHEISER/AFP

Começou como uma brincadeira. A aventura presidencial de Donald Trump fascinou os meios de comunicação e a opinião pública europeia desde o começo, com a leveza do improvável: um personagem de reality shows, bilionário megalomaníaco, falastrão e militante xenófobo que se propunha a dirigir o país mais poderoso do mundo. Nas últimas semanas, os risos deram lugar à preocupação. E se ele realmente ganhar? A inquietação permeia a imprensa, analistas de política externa e governos, confusos como poucas vezes, antes dos resultado das primárias nos EUA.

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“Uma vitória de Trump seria um mau negócio para a Europa. A ideia central de sua política externa é conseguir a melhor receita dos aliados dos EUA. Em sua opinião, isso significa que países como a Alemanha e a França terão que pagar por proteção americana ou simplesmente não deveriam ter proteção”, diz Jeremy Shapiro, do Conselho Europeu de Relações Exteriores.

Em Bruxelas, os passos do republicano são seguidos em tempo real. Suas constantes acusações contra europeus acenderam alertas sobre a futura colaboração em conflitos como a guerra na Ucrânia e a crise de refugiados ou o sucesso do ambicioso tratado comercial que a União Europeia negocia com o governo de Obama há dois anos. O que Trump consegue na Europa parece algo único: todos se unem para rejeitá-lo, desde o governo de Angela Merkel aos indignados do Podemos, na Espanha; dos conservadores britânicos mais reacionários aos socialistas franceses.

Sua imagem negativa é esmagadora nos principais países do continente. Uma pesquisa da consultoria SSI com moradores de Reino Unido, França, Alemanha e Holanda revelou que 71% dos que tinham ouvido falar dele tinham uma opinião desfavorável.

“Trump sintetiza a América que nós amamos odiar. É a imagem negativa que os europeus têm de nós mesmos. Um homem que se mostra brutal, que adora dinheiro e despreza a cultura“, explica Cécile Naves, autora de “A nova cara da direita americana”.

E, à medida que o republicano supera seus rivais, o debate toma outro rumo. O triunfo de Trump irá inflar o populismo xenófobo que espreita países como França, Alemanha, Holanda, e até o Reino Unido, onde em quatro meses se decidirá seu futuro no bloco?

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