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Policiais isolam a embaixada chilena em Roma, após explosão de carta-bomba: país é citado em avisos deixados pelo grupo anarquista | Filippo Monteforte/AFP
Policiais isolam a embaixada chilena em Roma, após explosão de carta-bomba: país é citado em avisos deixados pelo grupo anarquista| Foto: Filippo Monteforte/AFP

Roma - Duas pessoas ficaram feridas ontem ao abrirem cartas-bomba endereçadas às embaixadas do Chile e da Suíça em Roma. Houve ainda um alarme falso de pacote-bomba na representação diplomática da Ucrânia na capital italiana. Após os incidentes, a polícia italiana vistoriou todas as embaixadas estrangeiras estabelecidas na cidade.

Um grupo autodenominado Federação Informal da Anarquia (Fai, pelas iniciais em italiano) reivindicou o envio de cartas-bomba. A reivindicação de autoria foi encontrada em uma pequena caixa perto de uma das vítimas, segundo o despacho da Ansa.

"Nós decidimos fazer com que nossas vozes sejam ouvidas em palavras e atos. Destruamos o sistema de dominação. Vida longa à Fai", diz a nota.

Mais cedo, o ministro do In­­terior da Itália, Roberto Maroni, especulou que anarquistas po­­dem ter sido responsáveis pelos explosivos, citando "incidentes análogos" ocorridos em novembro na Grécia. "Esses grupos são muito violentos e estão presentes também na Espanha e na Grécia, com vínculos muito fortes entre eles", declarou.

Na Suíça, um dos prédios onde está a representação da União Eu­­ropeia (UE) em Berna foi esvaziado após a chegada de um pacote suspeito, que na verdade era um presente de Natal.

As explosões aconteceram dois dias depois da descoberta de uma falsa bomba em um trem vazio do metrô da capital italiana. As cartas são semelhantes às enviadas a embaixadas e chefes de governo europeus no mês passado. Na ocasião, o grupo anarquista grego Conspiração das Células de Fogo assumiu a autoria dos envios.

As duas vítimas trabalhavam na triagem das correspondências das embaixadas do Chile e da Suíça em Roma quando houve as explosões, ocorridas com menos de duas horas de intervalo. O primeiro ataque foi realizado na embaixada chilena, onde o funcionário teve ferimentos leves. A vítima na embaixada suíça, de 53 anos, corre o risco de perder a mão esquerda.

O prefeito de Roma, Gianni Alemanno, qualificou as explosões como uma "onda de terrorismo contra embaixadas".

O ministro de Relações Exte­­riores italiano, Franço Frattini, alertou também as embaixadas italianas no exterior para o risco de ataques.

Horas antes das explosões, dois falsos alertas de bomba foram feitos próximo à sede da prefeitura de Roma. Segundo o prefeito, os trotes não tiveram ligação com as explosões.

Citando fontes de contraterrorismo, a imprensa italiana afirmou que os investigadores avaliam se os pacotes foram enviados em retaliação à prisão de anarquistas italianos na Suíça. Eles foram detidos em abril, acusados de planejar um ataque contra o escritório da empresa de tecnologia IBM no país.

O Chile também é citado por muitos anarquistas gregos e italianos, inclusive o Conspiração das Células de Fogo, que promoveu os ataques em Atenas em novembro. Na ocasião, o envio de correspondências da Grécia para o exterior foi suspenso por dois dias.

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