
A chanceler alemã, Angela Merkel, fez uma visita inesperada às tropas alemãs servindo no Afeganistão nesta segunda-feira, um dia após um soldado norte-americano matar 16 civis em um tiroteio que piorou os problemáticos laços entre Cabul e a missão comandada por forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Merkel, que visitou as tropas alemãs perto de Mazar-e-Sharif, no norte do Afeganistão, também falou pelo telefone com o presidente afegão, Hamid Karzai, e expressou suas condolências pelo tiroteio que aconteceu em vilarejos na província de Kandahar.
Chamando os assassinatos de "feitos terríveis", Merkel disse que as Forças de Assistência de Segurança Internacional (Isaf, sigla em inglês) farão de tudo para esclarecer exatamente o que aconteceu, disse seu porta-voz, Steffen Seibert.
A viagem de Merkel foi organizada antes das mortes e ela não fez nenhum ajuste ao seu itinerário por causa do incidente, apesar de que o mau tempo a fez abandonar seus planos de visitar tropas alemãs em outra base, em Kundus.
Sobre o retirada planejada das tropas da Otan do Afeganistão em 2014, Merkel pediu ao governo de Karzai para promover um processo de reconciliação política com os insurgentes, dizendo que um progresso já havia sido feito, mas que era necessário muito mais.
"Por essa razão eu não posso dizer que conseguiremos isso até 2013-2014. A vontade está lá, nós queremos que tenha sucesso e nós vamos trabalhar para isso", ela teria dito.
Questionada se Merkel estava mostrando sinais de dúvida sobre os planos de retirar as tropas até o fim de 2014 e entregar a responsabilidade da segurança integralmente às forças afegãs, uma autoridade alemã disse à Reuters: "A chanceler não está colocando em questão o plano de retirada".
A Alemanha é o terceiro país que mais contribui com tropas para a Isaf, com mais de cinco mil soldados. A última visita de Merkel ao Afeganistão foi em 2010.



