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Jerusalém – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, prometeu ontem dobrar o contingente das forças internacionais que ajudam a manter a paz no sul do Líbano até sexta-feira. Annan fez as declarações após uma reunião com o ministro da Defesa israelense, Amir Peretz.

Durante o encontro com Peretz, o secretário pediu que Israel levante o bloqueio marítimo e aéreo imposto ao Líbano "assim que possível, para que o país recupere suas atividades comerciais e reconstrua sua economia".

Peretz respondeu que Israel espera levantar o bloqueio em breve, mas não especificou quando isso acontecerá. O governo israelense quer forçar o grupo xiita libanês Hezbollah a libertar dois soldados seqüestrados em 12 de julho, no episódio que deflagrou o conflito de um mês com cerca de 1,3 mil mortos. Annan disse que vai trabalhar para a libertação dos reféns, mas para isso o Hezbollah exige que Israel também liberte presos libaneses. O anúncio de ampliar as tropas das Nações Unidas representa uma aposta em uma solução rápida para esse impasse.

Israel quer que as tropas internacionais se posicionem na fronteira sírio-libanesa para prevenir o recebimento de armas vindas do Irã, via Síria, pelo Hezbollah.

"Os países membros não devem enviar armamentos para o Líbano, a não ser para o governo libanês. Se fizerem isso, estarão quebrando a resolução", disse Annan, numa tentativa de manter a trégua em vigor há duas semanas.

Ainda assim, o secretário-geral disse que Israel é o principal responsável pela maioria das violações do frágil cessar-fogo que pôs fim aos 34 dias de combates entre o Exército israelense e o Hezbollah.

Todos devem trabalhar para assegurar a estabilidade da paz e "não permitir que uma explosão (nas hostilidades) volte a acontecer", disse Annan.

Israel informou que irá manter seus soldados no sul do Líbano até que um contingente suficientemente forte das tropas libanesas e internacionais chegue à região.

Annan disse esperar que a Força Interina da ONU no Líbano (Unifil, na sigla em inglês) tenha 5 mil soldados posicionados na região até sexta-feira. É o dobro do número de homens que havia na região antes da guerra, mas ainda está longe do total de 15 mil soldados previstos na resolução da ONU. Annan visitou a base da Unifil no sul do Líbano, onde prestou homenagem aos cinco funcionários mortos num bombardeio de Israel em 25 de julho.

A força internacional no Líbano começa a tomar forma com grandes contingentes de soldados sendo enviados ao país. A Itália enviou ontem 800 soldados, a França afirmou que terá 900 soldados na região antes do dia 15 de setembro e o Exército espanhol disse que já recebeu ordens para se preparar para ir ao Líbano. O número de soldados espanhóis enviados deve ficar entre 700 e 1.000.

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