• Carregando...

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou nesta terça-feira (2) a "política de desatenção médica dispensada aos prisioneiros palestinos" em Israel e pediu uma investigação internacional sobre a morte de Maysara Abu Hamdiye devido a um câncer.

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, condenou em comunicado a "negligência" médica das autoridades do Serviço de Prisões Israelense com os prisioneiros, o "atraso em proporcionar tratamento médico adequado" e "o diagnóstico tardio de câncer entre os presos".

A morte do prisioneiro palestino Maysara Abu Hamdiye desencadeou nesta manhã revoltas em quatro prisões israelenses e levou Fayyad a acusar Israel de permitir que "seu câncer se estendesse por todo seu corpo" e de atrasar atendimento médico, o que considerou como "a principal causa de seu martírio".

Fayyad pediu "que a comunidade internacional e as organizações de direitos humanos assumam sua responsabilidade política, legal e moral para exigir que Israel respeite a lei internacional, incluído o requisito que determina a observação internacional das prisões".

O primeiro-ministro palestino solicitou além disso que "se conheçam as condições das prisões, especialmente na questão referente aos cuidados dos prisioneiros"

O primeiro-ministro pediu também que o Parlamento Europeu envie uma comissão de investigação para fazer um relatório sobre as prisões com palestinos em Israel.

Em sua nota, Fayyad considerou Hamdiye um "mártir" que teve um relevante papel "na luta pela liberdade" e contribuiu para "a justa causa" do povo palestino.

Segundo informou à Agência Efe uma porta-voz do Serviço de Prisões, foram registrados protestos nas prisões de Ramon, Nafha, Ketziot e Eshel.

Seis agentes penitenciários e três reclusos ficaram feridos durante os distúrbios, informou o jornal israelense "Ynet".

Hamdiye, líder do Fatah em Hebron, segundo a imprensa local, estava há onze anos preso e cumpria prisão perpétua por ter "tentado cometer um ato terrorista contra o restaurante Capit, em Jerusalém, em 2002", informou a porta-voz.

Segundo a agência de notícias palestina "Maan", em março Hamdiye se queixou ao seu advogado de que só estava recebendo analgésicos para tratar de seu câncer e que não recebia acompanhamento médico dentro da prisão.

Nas últimas semanas, vários presos nas prisões de Eshel e Nafha entraram em greve de fome para exigir a libertação de Hamdiye. O ministro de Assuntos dos Prisioneiros palestinos, Issa Qaraqe, culpou também Israel pela morte e denunciou que o câncer de Hamdiye se alastrou porque ele "não recebeu atendimento médico a tempo".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]