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O acordo de cessar-fogo anunciado nesta terça-feira (25) entre as forças leais e opositoras ao presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, não foi levado adiante. Antes de seu início formal, os dois grupos voltaram a se enfrentar de forma violenta.

O comitê conjunto que supervisiona o acordo de trégua anunciou que as duas partes em conflito concordaram em acabar com os confrontos armados a partir das 10 horas (horário de Brasília). Porém, uma hora antes do inicio do acordo, as tropas opositoras incendiaram a câmara baixa do Parlamento.

O fogo se propagou por grande parte do edifício. Pouco tempo depois, fortes explosões puderam ser ouvidas nos bairros de Al Sufan e Al Nahda, próximos da região de Al Hasaba, onde mora o líder tribal rival Sadeq al-Ahmar.

Os seguidores de Ahmar protagonizaram sangrentos confrontos com os partidários de Saleh desde maio, e as autoridades o acusam do atentado contra o palácio presidencial, que deixou o líder iemenita gravemente ferido em junho.

Além disso, nos últimos meses, os militantes tribais ocuparam alguns prédios do Governo, entre eles a sede da câmara baixa, a mesma que foi incendiada nesta terça. Recentemente, o prédio tinha voltado a ficar sob controle das tropas governamentais.

Segundo o Ministério do Interior, os confrontos entre os partidários de Ahmar resultaram na morte de pelo menos um civil e dois policiais, enquanto seis agentes ficaram feridos.

Além das mortes, a explosão no bairro de Al Qaa, muito próxima da sede do Conselho de Ministros, obrigou as autoridades iemenitas a desocuparem a área e retirar os funcionários do edifício.

Esta efêmera trégua, que estipula a troca de reféns entre ambas as partes e o abandono dos prédios públicos por parte dos grupos armados, também foi violada pelos distúrbios ocorridos nos protestos contra Saleh na capital.

A cidade de Taiz também foi palco de confrontos entre partidários e opositores do Governo, que provocou a morte de cinco civis, entre eles um menino de 13 anos, e quatro policiais, informaram à Efe fontes médicas.

A violência voltou a tomar conta do Iêmen na última semana, coincidindo com a proposta do Conselho de Segurança da ONU, adotada na sexta-feira (21). A medida pede que Saleh adote a iniciativa do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) para abandonar o poder.

No poder há três decadas, o chefe de Estado iemenita afirmou que só assinaria o acordo mencionado depois de receber garantias da Europa, dos Estados Unidos e dos próprios países do CCG - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Omã, Bahrein e Kuwait.

Em várias ocasiões, Saleh se mostrou disposto a assinar a proposta do CCG, porém, sempre recuava no último momento. Esses episódios causaram um agravamento da crise política e dos protestos contra seu regime, que começou em janeiro, no calor das revoluções árabes.

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