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Saúde

Anvisa orienta turistas a evitar consumo de vegetais na Europa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde pediram que os brasileiros que viajem à Alemanha evitem consumir vegetais crus, em especial pepinos, tomates e alfaces.

Em nota, a Anvisa declarou que as informações sobre o surto da bactéria Escherichia coli (E.coli) "estão sendo acompanhadas em tempo real pelas autoridades brasileiras" e, até o momento, "não serão adotadas medidas restritivas".

Segundo o Ministério da Agri­­cult­­ura, Pecuária e Abasteci­­men­­to, o Brasil não importa dos países europeus nenhum dos três tipos de alimentos indicados como fontes mais prováveis de contaminação.

Na terça-feira, quando ainda se acreditava que a fonte do surto de E. coli fossem os pepinos exportados por agricultores espanhóis à Alemanha, o Ministério do Desen­­volvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que o Brasil importa apenas pepino na modalidade em conserva, da Espanha.

Segundo o órgão brasileiro, en­­tre janeiro e abril desse ano foram comprados mais de 8 mil quilos do produto. No ano passado, o Brasil importou mais de 12 mil quilos de pepino em conserva.

No ano passado, foram importados in natura da Europa cenoura, nabo, batata, cebola, chicória, lúpulo e cogumelo da região.

Eugênio Stefanelo, professor de economia agrícola da Univer­­sidade Federal do Paraná e técnico da Companhia Nacional de Abas­­tecimento (Conab), explica que a contaminação das hortaliças ocor­­re quando o cultivo é feito com es­­terco mal preparado e, nesse caso, o sistema de cultivo teria que ser modificado. O problema é detectar o local onde está havendo essa contaminação.

Síndrome

Em entrevista coletiva, a epidemiologista da OMS, Andrea Ellis, mencionou que um aspecto incomum deste surto é o grande nú­­mero de casos de Síndrome He­­mo­­lítico-Urêmica (SUH), um sintoma mais grave da doença, causado por uma toxina específica desta variedade de E.coli, que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal.

Outra característica que chama atenção é o fato de que os adultos sejam os mais afetados, quando normalmente não é o grupo de maior risco.

"O mais provável é que neste caso o modo de transmissão seja através dos alimentos, mas não sabemos qual. E isto também não significa que não possa ser outra coisa", enfatizou, após explicar que a água, o contato com animais ou com pessoas infectadas também são outros modos conhecidos de transmissão.

A epidemiologista confirmou ainda que, por enquanto, todos os casos estão relacionados de alguma forma com o norte da Alema­­nha – mantendo a exposição à bactéria limitada a essa área.

O médico infectologista e especialista em Medicina do Viajante do Frischmann Aisengart, Jaime Rocha, diz que é importante estar atentos ao surto, mas ainda não há motivos para grande preocupação no Brasil. "Não podemos dizer que há alto risco no Brasil, porque nenhum caso foi diagnosticado aqui", explica o médico. "E se houver algum caso, os pacientes ficarão isolados em hospitais, considerando que há casos em eles chegam a precisar de diálise durante o tratamento".

Rocha acredita que, se surgirem casos de contaminação pela E.coli no Bra­­sil em turistas, o isolamento dos pa­­cientes será suficiente para conter um surto, já que não haveria a dificuldade em tentar descobrir de qual alimento vem o problema, como ocorre na Europa.

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