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Saúde

OMS admite transmissão da bactéria E.coli entre humanos

Surto já provocou a morte de 19 pessoas na Europa e contaminou mais de 2 mil, mas internações diminuíram

Moradores de Benalmadena, próximo a Málaga, comem pepinos para contestar a tese de que produto espanhol foi a origem do surto provocado pela E.coli | Jon Nazca/Reuters
Moradores de Benalmadena, próximo a Málaga, comem pepinos para contestar a tese de que produto espanhol foi a origem do surto provocado pela E.coli (Foto: Jon Nazca/Reuters)

A Organização Mundial de Saú­­de (OMS) confirmou ontem ser possível que a variedade da bactéria Escherichia coli (E.coli) responsável por pelo menos 19 mortes na Europa pode ser transmitida de pessoa a pessoa, embora a possibilidade seja pequena.

Ao mesmo tempo, autoridades da Alemanha, epicentro do surto infeccioso, disseram acreditar que o número de novos casos esteja caindo.

"Esse tipo de transmissão [de pessoa para pessoa] nos preocupa, e por isso queremos que sejam reforçadas as mensagens sobre a higiene pessoal", disse a epidemiologista Andrea Ellis, da OMS.

A transmissão entre pessoas, porém, pode ocorrer somente por via fecal ou oral, e a sua prevenção deve ser feita com medidas básicas de higiene, como lavar as mãos depois de ir ao banheiro e antes de manusear alimentos.

O surto infeccioso causado pe­­la E.coli já atingiu 11 países europeus e os EUA e, além de provocar 19 mortes, já contaminou quase 2.000 pessoas.

Entretanto, de acordo com o presidente da Sociedade de Nefro­­logia (relativo aos rins) da Alema­­nha, Reinhard Brunkhorst, os hospitais alemães têm registrado uma queda no número de novas infecções.

"Não há razão para histeria, porque [o surto] não está se espalhando, não está crescendo. Está decrescendo."

Origem

Enquanto isso, autoridades alemãs ainda buscam a origem do surto, que teve início na região de Hamburgo, norte da Alemanha. Quase todos os infectados tiveram algum contato com a região.

Na quinta-feira, a OMS e cientistas disseram que a variedade da bactéria causadora da infecção é "supertóxica" e inédita, além de ter maior resistência aos antibióticos.

Ellis, a epidemiologista da or­­ganização ligada à ONU, alertou inclusive para a possibilidade de o uso indevido do medicamento agravar a situação de infectados – embora seja necessário em al­­guns casos específicos.

Inicialmente, a suspeita sobre a origem do surto recaiu sobre pe­­pinos da Espanha, mas a hipótese já foi praticamente descartada.

Diante dos protestos do governo espanhol pelos danos econômicos causados pelas suspeitas, a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, falou ontem com o seu colega José Luis Zapatero.

Em outra frente de disputa política, a UE afirmou ontem que a decisão da Rússia de vetar im­­portações de vegetais da região viola regras da Organização Mun­­dial do Comércio (OMC), na qual Moscou ainda tenta ingressar.

O premiê russo, Vladimir Pu­­tin, reagiu afirmando que não pretende "envenenar" cidadãos do país apenas para cumprir re­­gras da OMC.

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