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Ao menos 22 pessoas morreram em decorrência dos protestos, que começaram há duas semanas | CHRISTOPHE SIMON/AFP
Ao menos 22 pessoas morreram em decorrência dos protestos, que começaram há duas semanas| Foto: CHRISTOPHE SIMON/AFP

Um advogado iraniano disse, nesta terça (9), ao Parlamento do país que 3,7 mil pessoas foram presas por participarem dos protestos contra o governo, um número maior do que os cerca de mil detidos -sendo 450 na capital Teerã- estimados anteriormente.  

O governo não divulgou um número oficial de presos nos atos que começaram há duas semanas e que deixaram pelo menos 22 mortos -sendo 21 manifestantes e um policial.  

O advogado Mahmoud Sadeghi, de Teerã, disse à agência de notícias do Parlamento que 3,7 mil pessoas foram presas, sem detalhar como conseguiu o número. Segundo ele, as detenções foram feitas por diferentes forças de segurança e agentes de inteligência, o que dificultou a contagem.  

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Como o governo restringe as viagens pelo país, organizações internacionais e jornais estrangeiros não conseguiram fazer uma estimativa independente do número de presos.  

Segundo o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, 42 mil pessoas participaram das manifestações que reclamavam contra o alto desemprego e contra a corrupção.  

No domingo (7), o promotor Abbas Jafari Dolatabadi disse que 70 pessoas detidas já tinham sido liberadas e que outros seriam soltas em breve.  

De acordo com ele, apenas os líderes dos protestos serão mantidos na prisão e "investigados seriamente".  

'Derrotados'  

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse também que o país "frustrou" as tentativas dos Estados Unidos e do Reino Unido de criarem uma revolta contra o governo durante os protestos.  

"O inimigo fez repetidas tentativas e foi derrotado todas as vezes", disse ele. "Isso acontece devido à resistência popular e à força nacional."  

Logo após o início dos protestos, Khamenei já tinha culpados "inimigos externos" pelas manifestações.  

As manifestações contra o governo, as maiores desde 2009, começaram em 27 de dezembro na cidade de Mashhad, a segunda mais populosa do Irã, e rapidamente se espalharam pelo país.  

Os atos, porém, se dissiparam após as autoridades aumentarem o número de policiais e soldados nas ruas e restringirem o uso das redes sociais , que os manifestantes usavam para se organizarem. Grupos favoráveis ao governo também fizeram uma série de atos em apoio às autoridades em resposta.

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