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Entre os 155 sobreviventes do naufrágio de um barco lotado de imigrantes na costa Itália, há ao menos 40 crianças que viajavam sozinhas para tentar uma nova vida na Europa, afirma a ONG Save the Children, que está prestando assistência às vítimas da tragédia. Em declaração para a agência Efe, o porta-voz Filippo Ungaro disse que os menores tinham entre 11 e 17 anos e que apenas um estava acompanhado de um responsável. A embarcação levava entre 450 e 500 passageiros, sendo que aproximadamente 200 pessoas estão desaparecidas e 111 corpos já foram achados.

"Eles (os jovens) estão traumatizados, assustados e muito preocupados", contou o ativista à Efe. Em nota divulgada em seu site oficial, a ONG afirma que enviou um time de emergência para dar apoio e proteção às crianças abandonadas que sobreviveram ao naufrágio próximo à ilha de Lampedusa. Segundo dados da Save the Children, mais cinco mil crianças imigrantes - a maioria delas separada dos pais - arriscaram suas vidas só este ano na perigosa travessia pelo Mediterrâneo para a Europa.

"Só este ano, mais de 5 mil crianças chegaram a Lampedusa. Eles chegam apavoradas, depois de ter sofrido uma travessia, que muitas vezes é mortal. Elas não têm para onde ir", diz Justin Forsyth, CEO da ONG, em nota. "O grande número de crianças que estão sendo forçados a fazer esta viagem perigosa torna inevitável que alguns se afoguem enquanto tentam chegar à Europa para começar uma vida melhor", reforçou.

Nesta sexta-feira, as buscas de corpos entre os destroços do barco naufragado perto da ilha de Lampedusa foram suspensas devido ao mau tempo. O alcance da tragédia gerou indignação em todo o mundo e exigências de uma política global de imigração para lidar com imigrantes que fogem da pobreza e de conflitos na África e no Oriente Médio.

Em visita a Assis, o Papa Francisco afirmou nesta sexta-feira que foi "um dia de lágrimas" e denunciou o sistema "selvagem" que leva as pessoas a deixar suas casas por uma vida melhor, mas não se importa quando elas morrem durante o processo.

O naufrágio ocorreu aproximadamente a um quilômetro da costa após o motor ter parado de funcionar e a água do mar ter começado a invadir a embarcação. Os passageiros atearam fogo a um lençol para chamar a atenção, mas as chamas se espalharam e tomaram o barco. Um traficante de pessoas tunisiano foi preso.

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