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O terremoto de magnitude 7,4 atingiu Taiwan, na manhã desta quarta-feira (3), e deixou um turista preso em uma piscina de hotel
O terremoto de magnitude 7,4 atingiu Taiwan, na manhã desta quarta-feira (3), e deixou um turista preso em uma piscina de hotel| Foto: Reprodução/Redes Sociais

Pelo menos nove pessoas morreram e 821 ficaram feridas em Taiwan depois que um terremoto de 7,2 graus de magnitude atingiu a costa leste da ilha nas primeiras horas desta quarta-feira (3), de acordo com os últimos números oficiais.

O terremoto, o pior registrado em Taiwan desde o sismo de magnitude 7,6 de 21 de setembro de 1999 - que causou a morte de 2.416 pessoas -, ocorreu às 7h58 de quarta-feira (horário local, 20h58 de terça-feira em Brasília) e teve seu epicentro no mar, especificamente 25 quilômetros a sudeste do condado oriental de Hualien.

O terremoto e as suas sucessivas réplicas causaram grandes danos materiais, especialmente na área de Hualien, onde numerosos edifícios e infraestruturas foram afetados e pelo menos dois blocos habitacionais colapsaram parcialmente, além de terem provocado o fechamento de várias vias.

Segundo a Agência Meteorológica Central de Taiwan (CWA), até por volta das 16h30 de hoje (5h30) a ilha havia registrado 123 tremores secundários de intensidade variada, incluindo nove com magnitude entre 5 e 6 graus.

Destroços da fábrica de uma gráfica após seu colapso com o terremoto de magnitude 7,5 em Nova Taipei. Foto: EFE/EPA/DANIEL CENG
Destroços da fábrica de uma gráfica após seu colapso com o terremoto de magnitude 7,5 em Nova Taipei. Foto: EFE/EPA/DANIEL CENG| EFE

Da mesma forma, de acordo com a empresa estatal de eletricidade Taipower, um total de 371.275 casas ficaram sem energia após o terremoto, embora cerca de 99% já tenham recuperado o fornecimento.

O número de incidentes relacionados com a catástrofe está cifrado até agora em 1.103, com 690 casos classificados como “outros tipos de eventos”, seguidos de 189 incidentes de infraestruturas civis e 125 incidentes de danos em edifícios.

Além disso, o maior produtor de semicondutores do mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), foi forçado a evacuar parte dos funcionários das suas instalações.

Relatos do terremoto em Taipei

Os tremores foram sentidos por pelo menos uma hora e meia na capital Taipei, segundo relatou à Agência EFE a argentina Brenda Hesse, estudante da Universidade Nacional de Taiwan (NTU).

“Foi feio, a sensação de não saber como estava tudo lá fora era estranha (…) Quem está dentro de um prédio não tem plena noção da magnitude que tudo está tendo lá fora, não sabia se houve muita destruição, até que ponto tudo estava bom ou ruim para eu transmitir tranquilidade aos meus parentes na Argentina", afirmou.

Prédio desabado após o terremoto de magnitude 7,4 em Hualien, Taiwan, nesta quarta-feira (3)
Prédio desabado após o terremoto de magnitude 7,4 em Hualien, Taiwan, nesta quarta-feira (3)| EFE/EPA/THE CENTRAL NEWS AGENCY TAIWAN OUT

Mauricio Garcete, estudante paraguaio da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Taiwan (NTUST), estava em sua residência universitária em Nova Taipei quando começou a sentir os primeiros efeitos do terremoto. “Este foi o terremoto mais forte que experimentei em Taiwan. Depois soubemos pelas notícias que houve muitos danos nas cidades do leste”, afirmou à EFE.

“Foi a primeira vez na minha vida que senti um terremoto de tal magnitude. As paredes tremiam, livros e lâmpadas caíram e, quando o terremoto principal parou, não tínhamos eletricidade nem água no apartamento”, detalhou, por sua vez, o pesquisador espanhol Rubén Almendros, que estava no distrito de Nangang, em Taipei.

Cerca de mil pessoas presas em montanha

Cerca de mil pessoas estão presas nas montanhas do Parque Nacional Taroko, no condado de Hualien, no sudeste de Taiwan, em consequência do terremoto que abalou a costa leste da ilha, segundo informou a agência estatal de notícias CNA.

De acordo com estimativas das autoridades do parque, pelo menos 654 pessoas, incluindo turistas e funcionários, estavam em Taroko no momento do terremoto e várias centenas entraram no parque mais tarde, elevando o número de pessoas retidas para cerca de mil.

Depois de estabelecer um centro de emergência, o Parque Nacional Taroko está contatando as equipes de montanhismo uma a uma, embora ainda não tenha determinado o número exato de pessoas que entraram na montanha durante o dia, informou a imprensa.

O parque permanecerá fechado até 7 de abril e seus responsáveis ​​pediram aos visitantes que evitem áreas que foram afetadas pelo terremoto. O condado de Hualien foi o mais afetado pelo sismo.

Réplicas nos próximos dias

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pediu à população que mantenha a calma e tome precauções extremas, uma vez que é provável que ocorram novas réplicas entre 6,5 e 7 graus do sismo nos próximos dias.

A governante, que visitou o Centro de Resposta a Desastres juntamente com o primeiro-ministro, Chen Chien-jen, disse que o Executivo deu ordens para prestar a assistência necessária e trabalhar com os governos locais nos esforços de emergência.

A Agência Meteorológica do Japão (JMA), que emitiu e posteriormente suspendeu um alerta sobre a chegada de um possível tsunami ao arquipélago de Okinawa (sudoeste), também alertou para o risco de ocorrência de réplicas nos próximos dias.

Filipinas ativam alerta de tsunami 

Autoridades das Filipinas ativaram nesta quarta-feira um alerta de tsunami para o litoral norte do país após o terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter que atingiu uma área costeira perto de Taiwan.

"Com base em modelos de ondas de tsunami (...) espera-se que as áreas costeiras das Filipinas ao largo do oceano Pacífico experimentem ondas altas", disse o Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia em um comunicado.

De acordo com o órgão, as primeiras ondas fortes devem ocorrer entre 8h33 e 10h33 (horário local; 21h33 e 23h33 em Brasília), e pode haver uma longa sequência.

Autoridades filipinas estão aconselhando a população das áreas costeiras em mais de 20 províncias a "saírem imediatamente" de suas casas e buscarem refúgio "em áreas mais altas no interior". (Com Agência EFE)

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