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Onze meses depois de diagnosticar ao mundo "as dores do parto de um novo Oriente Médio", a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, defendeu a política de seu país para a região, a despeito dos problemas no Iraque, no Líbano e na Faixa de Gaza.

Rice foi ridicularizada pelo comentário feito em julho passado, em plena guerra entre Israel e o Hezbollah no Líbano, já que críticos acusam o governo Bush de ter prejudicado drasticamente a estabilidade do Oriente Médio.

Questionada no domingo em entrevista coletiva na França sobre aquelas declarações, Rice argumentou que o Iraque tem a ganhar com a invasão norte-americana de 2003 que derrubou o regime de Saddam Hussein, e que o mesmo vale para o Líbano em relação à desocupação síria, em 2005.

"Democracia é difícil. E vejo que é especialmente difícil quando há inimigos determinados que tentam estrangulá-la", afirmou.

Rice questionou a idéia de que o Oriente Médio estava mais estável antes da invasão norte-americana no Iraque, que desencadeou uma brutal insurgência.

"Que estabilidade? A estabilidade em que Saddam Hussein coloca 300 mil pessoas em valas comuns - isso era estabilidade? A estabilidade pela qual as forças sírias ficavam incrustadas no Líbano - isso era estabilidade? A estabilidade pela qual (o falecido líder) Yasser Arafat rejeitou uma oportunidade para que o povo palestino tivesse seu próprio Estado - isso era estabilidade?"

Mais de 3.500 soldados dos EUA e dezenas de milhares civis de iraquianos morreram desde o início da ocupação norte-americana no Iraque.

Já o Líbano, embora desocupado pela Síria, continua muito dividido entre os que apóiam o governo pró-ocidental do primeiro-ministro Fouad Siniora e os seguidores da oposição, capitaneada pelo Hezbollah xiita e aliado da Síria.

Nas últimas cinco semanas, forças libanesas combatem militantes islâmicos inspirados pela Al Qaeda nos arredores de um campo de refugiados palestinos do norte do Líbano.

Os esforços dos EUA para promover a paz entre Israel e os palestinos têm poucos progressos, em parte por causa do racha entre as facções Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, e Hamas, grupo islâmico vencedor das eleições parlamentares de 2006.

"É difícil para a democracia se firmar num lugar em que não se firmou antes, mas estou confiante no triunfo desses valores, porque vi acontecer antes", disse Rice.

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