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Ramallah – Apesar da trégua acertada no domingo as lideranças do grupo islâmico Hamas e do laico Fatah não foram capazes de controlar os embates entre os seus integrantes na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, onde a situação, ontem, continuava fora de controle. No episódio mais violento do dia, um grupo de homens atacou a organização "Vida e Esperança", entidade ligada ao Fatah com sede no campo de refugiados de Jabaliya, matando uma pessoa e ferindo outras oito.

Cinco integrantes do Hamas e nove do Fatah, incluindo o irmão de um deputado, foram seqüestrados em incidentes em outras regiões. Em Gaza, cerca de 20 homens mascarados trocaram tiros, deixando um adolescente de 16 anos gravemente ferido, com uma bala no pescoço.

A disputa entre os dois principais grupos políticos palestinos aumentou no sábado, quando o presidente Mahmud Abbas, do Fatah, anunciou a convocação de eleições antecipadas – o que levará à dissolução do governo do premier Ismail Haniye, do Hamas. No domingo, militantes do Hamas chegaram a abrir fogo contra a casa de Abbas num episódio que reacendeu o medo de uma guerra civil no país.

O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshal, acusou ontem Abbas de tentar destituir um governo eleito democraticamente e disse que vai boicotar as eleições. "Rejeitamos qualquer medida que não esteja dentro da lei", disse.

Abbas, que recebeu em Ramallah o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, reagiu afirmando que não vai mudar de idéia. "Estamos em crise há nove meses, as pessoas não podem esperar mais", declarou.

A disputa política entre os grupos palestinos teve início em janeiro, quando o Hamas teve uma vitória surpreendente sobre o Fatah nas eleições parlamentares. Quando Haniye assumiu o cargo, em março, a comunidade internacional impôs sanções econômicas à Autoridade Palestina, deteriorando as condições de vida na região. Sem recursos externos – cerca de US$ 1 bilhão anuais – Haniye deixou de pagar os funcionários públicos e cortou as verbas de escolas e hospitais.

Blair pediu apoio da comunidade internacional à Abbas. O líder palestino, visto como moderado, é a grande aposta do Ocidente para a paz entre os israelenses e palestinos.

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