Apoio e protestos para Bush às vésperas da cúpula da Apec

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O presidente George W. Bush, que viajou para Sydney na terça-feira para participar na Cúpula da APEC, recebeu nesta quarta-feira o apoio do governo australiano no Iraque, mas também a rejeição de um grande número de manifestantes que prometem aumentar suas ações nos próximos dias.

Em uma cidade cercada por um esquema de segurança sem precedentes, Bush ouviu palavras de apoio do primeiro-ministro australiano, John Howard, que afirmou que as tropas de seu país no Iraque serão mantidas.

Mas a sintonia entre os dois não ficou tão evidente após um pequeno mal-estar ocorrido na chegada de Bush ao país na terça-feira à noite. Howard justificou sua ausência no aeroporto de Sydney em função da importância que dá ao rúgbi, informou a imprensa local nesta quarta-feira.

Antes de dar as boas-vindas a Bush, que chegou ao país para participar da reunião de cúpula Ásia-Pacífico, Howard assistiu aos prêmios "Dally M" para os melhores jogadores da Liga Nacional de Rúgbi (NRL).

"Devo ter minhas prioridades, não se trata de uma falta de respeito. Ele (Bush) é meu bom amigo, mas se trata da Liga de rúgbi", declarou Howard, citado pelo The Daily Telegraph.

Nesta quarta-feira, Howard voltou a dar prioridade a Bush e afirmou que manteria seu apoio irrestrito ao colega americano no Iraque. "As forças australianas serão mantidas em seu nível atual no Iraque, não com base em um calendário, e sim em função das condições neste país", disse Howard em uma entrevista coletiva à imprensa em Sydney ao lado de Bush, que realiza uma visita de Estado anterior a sua participação entre sábado e domingo na Cúpula da Associação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Este apoio não é compartilhado por Kevin Rudd, líder da oposição australiana, que surge como favorita para as eleições legislativas a serem realizadas em janeiro, e que deve se reunir na quinta-feira com Bush.

Para Rudd, as tropas australianas devem se retirar do Iraque no mais tardar até meados de 2008.

Bush também mencionou uma retirada das tropas americanas do Iraque, graças - segundo disse - aos progressos da situação política e de segurança. "Se as condições continuarem melhorando poderemos manter a segurança com menos tropas", disse na coletiva de imprensa.

Nesta quarta-feira os primeiros protestos contra a presença de Bush em Sudney foram realizados, e a Polícia australiana prevê que as manifestações continuarão se acentuando à medida em que se aproximar a Cúpula que reúne 21 economias.

A Polícia teme, em particular, um protesto no sábado, quando se calcula que cerca de 20.000 manifestantes tomarão as ruas no começo da reunião de líderes da APEC.

A organização ambiental Greenpeace marcou presença ao erguer duas estátuas de gelo representando o presidente americano e o primeiro-ministro australiano, e que começaram a se derreter nesta quarta-feira na Harbour Bridge, um dos principais pontos turísticos da Austrália, nas proximidades da famosa Ópera de Sydney.

O Greenpeace acusa Estados Unidos e Austrália de não agirem para conter as mudanças climáticas.

Os ecologistas criticam Austrália e Estados Unidos por se negarem a assinar o protocolo de Kioto para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.

Outro protesto original está previsto para sexta-feira: pacifistas australianos querem mostrar seus traseiros para expressar desta maneira sua rejeição à visita de Bush, segundo anunciou à AFP o organizador Will Saunders.

'Bums Not Bombs' ('Traseiros, não Bombas'), é o nome que os organizadores deram a este protesto.

Para conter os protestos as autoridades australianas cercaram com grandes cercas metálicas grande parte do centro da cidade, incluindo a Ópera de Sydney, fechada ao público de terça-feira até o próximo domingo.

A chegada de Bush a Sydney suscitou grande polêmica para uma Cúpula que deve debater basicamente o tema do comércio no Pacífico.

O comércio foi o tema central deste fórum desde sua criação em 1989, embora nos últimos anos temas políticos como o terrorismo tenham sido pautados. Agora poderá ser a vez do aquecimento global.

São membros da APEC Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Coréia do Sul, China, Estados Unidos, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia e Vietnã.