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Crise

Após 200 mortes, vice-presidente do Egito renuncia em protesto contra repressão

Mohamed ElBaradei enviou uma carta-renúncia ao presidente interino, Adly Mansour

Multidão de manifestantes marcha pelas ruas do Cairo | Reuters/Mohamed Abd El Ghany
Multidão de manifestantes marcha pelas ruas do Cairo (Foto: Reuters/Mohamed Abd El Ghany)
Manifestante observa o avanço dos policiais da tropa de choque no Cairo |

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Manifestante observa o avanço dos policiais da tropa de choque no Cairo

Policial atira contra os manifestantes pró-Mursi |

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Policial atira contra os manifestantes pró-Mursi

Bombas de gás foram lançadas pelas forças de segurança para dispersar o protesto |

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Bombas de gás foram lançadas pelas forças de segurança para dispersar o protesto

Policiais despejam os acampamentos de seguidores do presidente deposto |

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Policiais despejam os acampamentos de seguidores do presidente deposto

Máquina com uma foto de Mursi é abandonada pelos manifestantes |

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Máquina com uma foto de Mursi é abandonada pelos manifestantes

Cenas de destruição e repressão foram vistas na capital do país |

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Cenas de destruição e repressão foram vistas na capital do país

Mulher com trajes muçulmanos é escoltada por policiais |

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Mulher com trajes muçulmanos é escoltada por policiais

Manifestante ferido desmaia pelas ruas do Cairo |

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Manifestante ferido desmaia pelas ruas do Cairo

O vice-presidente interino do Egito, Mohamed ElBaradei, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (14) depois de forças de segurança do país dispersarem com violência os acampamentos montados por partidários do presidente deposto Mohamed Mursi. Até agora, duzentas pessoas morreram na ação policial.

Em carta-renúncia enviada ao presidente interino, Adly Mansour, ElBaradei disse que "os beneficiários do que aconteceu hoje são aqueles que pedem por violência, terrorismo e os grupos mais extremistas".

Veja mais fotos do dia de violência no Egito

"Como você sabe, eu acreditava que havia maneiras pacíficas de encerrar este confronto na sociedade, havia soluções propostas e aceitáveis... que nos levariam ao consenso nacional", escreveu.

"Ficou difícil para mim continuar a ter responsabilidade por decisões com as quais eu não concordo e cujas consequências eu temo. Não posso carregar a responsabilidade por um derramamento de sangue."

Também houve mortos e feridos nas províncias de Beheira el Daqahiliya, em Suez, Luxor e Alexandria, entre outras.

Os distúrbios se estenderam por diversas partes do país depois que a polícia iniciou na manhã de hoje uma operação para desmantelar os acampamentos dos seguidores de Mursi nas praças de Rabea al Adauiya e de Al-Nahda, no Cairo.

Em Miniya, várias igrejas foram atacadas durante os distúrbios. Autoridades e islamitas se acusam mutuamente sobre os atos de violência neste local.

Devido à violência no país, a presidência egípcia decretou estado de Emergência em todo o país durante um mês a partir das 16 horas locais (11h de Brasília).

Militares apertam controle

A ação para acabar com os acampamentos parece frustrar as esperanças restantes de trazer a Irmandade Muçulmana, o grupo de Mursi, de volta ao palco político central e destacou a impressão compartilhada por muitos egípcios de que os militares apertaram o controle.

A operação também sugere que o Exército perdeu a paciência com os persistentes protestos que imobilizavam partes da capital e retardavam o processo político.

Tudo começou logo após o amanhecer, com helicópteros sobrevoando os acampamentos. Tiros foram disparados enquanto os manifestantes, entre eles mulheres e crianças, fugiam de Rabaa, e a fumaça subiu sobre o local. Veículos blindados avançaram ao lado de tratores que começaram a derrubar as tendas.

O governo emitiu um comunicado dizendo que as forças de segurança mostraram o "maior grau de autocontenção", refletido em poucas baixas diante do número de pessoas "e do volume de armas e violência dirigidos contra as forças de segurança".

O governo, que prevê novas eleições em cerca de seis meses para devolver o regime democrático ao Egito, instou os manifestantes a não resistir às autoridades, acrescentando que os líderes da Irmandade Muçulmana devem parar de incitar a violência.

Violência no Egito

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